Esvaziado, Conselho da Cidade debate até campanha de Haddad

Órgão criado para discutir políticas públicas da gestão estava com cerca de um terço dos membros na sua penúltima reunião

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:
 Foto: JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO

A penúltima reunião do Conselho da Cidade da Prefeitura de São Paulo, realizada nesta terça-feira, 5, com cerca de um terço dos membros presentes, foi marcada pela discussão de estratégias que a campanha do Prefeito Fernando Haddad (PT) deve usar na disputa pela reeleição, em outubro.

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O conselho, criado em 2013, tinha como função, de acordo com a Prefeitura, discutir as políticas públicas pensadas pela gestão petista para a capital paulista. Começou com 132 membros de diversos setores, como lideranças do setor imobiliário, da construção civil, de diversas áreas acadêmicas, representantes de associações de comércio e serviços e organizações não governamentais. Nesta terça, tinha menos de 40 presentes.

No encontro, depois de um balanço com destaque para dados positivos da gestão, feito pelo secretário de Governo, Chico Macena, o economista Luiz Carlos Bresser Pereira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aconselhou Haddad a fazer uma apresentação das obras realizadas pela Prefeitura durante essa gestão e destacar também o planejamento urbano liderado por ele.

A urbanista Ermínia Maricato também pediu a palavra para defender que os apoiadores do prefeito fossem às redes sociais para falar dos pontos positivos da gestão. “Precisamos reagir. Temos de ir para as redes sociais. Tem que ter comunicação. Fazer a defesa sim”, disse ela.

Haddad não fez comentários sobre os conselhos políticos. Afirmou que era “normal” o esvaziamento do conselho porque, segundo ele, “os grandes temas já foram adiante”, citando projetos de lei de sua gestão que foram aprovados pela Câmara - a revisão do Plano Diretor, da Lei de Uso e Ocupação do Solo e o Código de Obras.

Na reunião, houve também críticas ao conselho. O reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, afirmou que o conselho foi subutilizado durante a gestão Haddad. O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, afirmou que o órgão discutiu apenas os temas trazidos pelo Executivo, sem que fossem apresentados assuntos pelo conselho à Prefeitura, o que acabou, segundo ele, limitando a ação do órgão.

As críticas foram rebatidas pelo secretário de governo Chico Macena, que disse que “a Prefeitura sempre ouviu” as demandas do conselho.

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