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Estado quer colocar Marcola de volta no RDD

Principal líder da façção criminosa Primeiro Comando da Capital obteve liminar no início do mês para sair de regime após plano de fuga cinematográfico

Por Rafael Italiani
Atualização:

Atualizada às 20h29

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SÃO PAULO - O governo de São Paulo quer que Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), volte a cumprir pena no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). O secretário de Administração Penitenciária (SAP), Lourival Gomes, afirmou, na manhã desta terça-feira, 29, durante o anúncio da construção de 12 Centros de Detenção Provisória (CDPs), que vai pedir a internação do chefe da facção por um período de 360 dias no RDD.

No dia 9 de abril, Marcola obteve uma liminar na Justiça para deixar o regime de isolamento. Ele ficou no RDD entre os dias 11 de março e 10 de abril deste ano, a pedido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), após a descoberta de um plano de fuga cinematográfico da P-2 de Presidente Venceslau. O plano de resgate foi revelado em fevereiro pelo Estado.

A ação para que Marcola, Claudio Barbará da Silva, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes Machado, o Du Bela Vista, fugissem de Venceslau envolvia um helicóptero camuflado com adesivos da Polícia Militar, um avião monomotor e armamento pesado.

"O pedido que fizemos antes foi cautelar. Agora, podemos fazer um novo, com no máximo 360 dias de internação, tempo máximo que a lei permite", afirmou Gomes. Ainda de acordo com o secretário, "há algumas semanas", ele próprio solicitou que Fernando Grella Vieira, secretário estadual de Segurança Pública, "levantasse" com as Polícias Civil e Militar documentos que comprovem a necessidade de que Marcola retorne para o RDD para cumprir pena.

Gomes disse também que não concordou com a decisão da Justiça que tirou o líder do PCC do regime de isolamento. "Para a nossa surpresa, ele saiu antes do período que havíamos pedido. Entendo que a decisão foi equivocada."

A liminar obtida pelo governo do Estado em março autorizava a detenção de Marcola no RDD por 60 dias. O tempo seria usado para continuar a investigação sobre o plano de fuga.

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Sem indícios. O desembargador Péricles Piza, que concedeu a liminar favorável a Marcola, entendeu que, mesmo que houvesse um fato novo na investigação, não havia indícios de que o chefe do PCC tivesse ordenado a fuga.

Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmou que "não comenta nem divulga detalhes de investigações e outras informações estratégicas que, se reveladas, possam prejudicar o trabalho das polícias e da pasta".

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