
31 de julho de 2012 | 03h02
"De modo geral, podemos dizer que essas quadrilhas de classe média existem por causa de certos valores sociais, que mudaram muito de um tempo para cá. Os valores da sociedade estão direcionados para o dinheiro", observa Braun. "É preciso avaliar quais foram os valores nos quais esses jovens foram educados, quais foram as questões psicológicas, sociais, familiares. Esse tipo de situação tem mais uma causa sociológica do que psiquiátrica", avaliou.
Choque. O psiquiatra Daniel Martins de Barros, coordenador do Programa de Psiquiatria e Psicologia Forense do Instituto de Psiquiatria do HC, disse que as pessoas ficam chocadas quando percebem que um grupo de classe média decide praticar crime. "É uma avaliação preconceituosa de que o crime só é praticado por gente pobre, que necessita de dinheiro. O crime é mais um fator social do que psiquiátrico. O ladrão pode ser de classe média, alta, pobre. Essas pessoas podem ter agido por influência de um grupo, pode haver um desvio de personalidade. É muito mais uma atitude antissocial e sobre o caráter do que questão patológica", explicou.
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