
26 de maio de 2012 | 03h04
Do total de domicílios analisados, 11% ficam próximos a valas ou córregos que recebem esgoto. São 5,1 milhões de casas onde vivem principalmente pobres, crianças e negros ou pardos.
De todas as capitais, o cenário em Teresina é alarmante. Sete em cada dez domicílios, ou 71,8%, tinham esgoto a céu aberto. Entre as cidades com mais de 1 milhão de habitantes, Belém tem o maior índice: 44,5% dos domicílios. A média nacional elevada é causada pelos altos índices das Regiões Norte (32,9%) e Nordeste (26,3%), que contrastam com o Centro-Oeste (2,9%).
O esgoto atinge com mais intensidade os domicílios com crianças de zero a 9 anos - 15% vivem em casas com valões de esgoto. "A cidade não vai ser saudável se as comunidades carentes não forem", diz o sanitarista Alexandre Pessoa Dias, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Dois dos cinco filhos do pedreiro Ivanildo Santos, de 43 anos, estão doentes. Ontem, foram medicados em um posto de saúde do bairro Terra Firme, em Belém. Com febre e diarreia, a doença das crianças diagnosticada pelo médico é problema comum na vizinhança. "A gente está cansado de pedir a atenção do governo, mas ninguém quer saber do nosso sofrimento", diz Santos. O bairro, na bacia do igarapé do Tucunduba, tem acúmulo de lixo e 95% das casas não têm esgoto. / L.N.L. e CARLOS MENDES, ESPECIAL PARA O ESTADO
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