12 de fevereiro de 2012 | 03h07
As obras para a construção da ponte começaram em maio de 1896. Euclides da Cunha era o responsável pela fiscalização, mas pediu licença para tratar de interesses pessoais e, depois, dedicar-se à campanha de Canudos, como repórter do Estado.
O engenheiro Artur Pio Deschamps de Montmorency assumiu a construção. Por uma informação errada passada pelo geólogo, os pilares foram construídos sobre um banco de areia. A ponte foi entregue em 3 de dezembro de 1897, mas emborcou 50 dias depois.
Euclides se sentiu responsável por resgatar a ponte, de "300 contos de réis que, do dia para a noite, rodaram pela água abaixo", como registrou o Estado na edição de 25 de janeiro de 1896. Durante vários meses, o jornal cobrou que o poder público tomasse providências para recuperar o que foi perdido.
Em fevereiro de 1898, Euclides se mudou para São José e iniciou os trabalhos de reconstrução. Recuperou 95% do material perdido e conseguiu o restante com sobras de outras pontes.
Em 18 de maio de 1901, Euclides entregou a ponte. A Câmara Municipal queria comemorar com uma festa, que custaria 1 conto de réis aos cofres públicos. Indignado, Euclides propôs que, em vez de promover uma celebração, o dinheiro deveria ser usado para pagar o salário de um guarda, que controlasse o tráfego e zelasse pela obra. Indicou o calabrês Mateus Volota. Os políticos contrataram Volota por 70 réis mensais. E também gastaram com os festejos o 1 conto de réis previsto inicialmente. / W.C.
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