Entregadores de delivery protestam contra aumento das abordagens policiais em SP

Centenas de profissionais ocupam a Avenida Paulista para reclamar da operação de combate aos crimes praticados por supostos entregadores

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Por Redação
Atualização:

Centenas de motoboys e motoentregadores fazem um protesto na avenida Paulista, na região central de São Paulo, na tarde desta sexta-feira, 27. Os profissionais criticam o aumento das abordagens policiais promovido pela Operação Sufoco, que pretende combater crimes praticados por supostos entregadores e os furtos e roubos de celulares. Os manifestantes também pedem agilidade no cadastramento dos entregadores.

A operação foi implementada após o assassinato de Renan Silva Loureiro, 20, morto por um falso entregador na zona sul da cidade no mês de abril. 

Centenas de motociclistas fecharam uma das pistas da Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto Foto: Marcelo Chello/Estadão

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Concentrados em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), os motoboys interromperam o fluxo de veículos no sentido da Consolação com os gritos: “Somos trabalhadores. Não somos bandidos”. A mesma frase foi impressa em adesivos que os profissionais usavam nas camisetas e nos capacetes das motos. Participam do movimento cerca de 400 motoboys, de acordo com os organizadores.

O número aumentou com a chegada de entregadores de outras regiões da cidade. No final da tarde, os entregadores de delivery se deslocaram para a região sul e bloquearam as duas pistas da Marginal Pinheiros. 

Segundo os manifestantes, as blitze são realizadas em horários com pouca incidência de roubo. Eles pedem que as fiscalizações sejam realizadas nos locais onde ocorrem mais atos criminosos e, principalmente, no período noturno.

Representantes dos sindicatos da categoria se reuniram com a Secretaria da Segurança Pública nesta quinta-feira e apresentaram a proposta de um cadastro provisório, com o número de registro e a placa da motocicleta no baú. O sindicato condena o uso de mochilas que, segundo a entidade, facilitam a ação de supostos entregadores.

“Trabalhadores honestos e regularizados estão pagando pela irresponsabilidade das empresas que distribuem mochilas sem critérios para pessoas não cadastradas”, afirma Gilberto de Almeida, presidente do Sindicato dos Motoentregadores, Motofretistas, Motoboys e Ciclistas de São Paulo (Sindimoto).

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O Departamento de Transportes Públicos do município possui o cadastro de 8.201 licenças de motofrete. Já a Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica da Câmara Municipal de São Paulo estima entre 60 e 80 mil entregadores na capital.

Segurança Pública afirma que operação quer dar segurança aos trabalhadores

Em nota ao Estadão, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que é "sensível aos pedidos dos trabalhadores com motocicleta, mas conta com a compreensão e com a colaboração desses profissionais com as blitze da Polícia Militar".

A secretaria explica que essa é uma das ações lançadas no começo do mês para combater os crimes praticados por falsos entregadores. "O objetivo da operação não é penalizar os trabalhadores, mas, pelo contrário, dar mais condições de segurança para o exercício da profissão e dar mais sensação de segurança para a população em geral". Ainda de acordo com o órgão, foram recuperadas 130 motocicletas furtadas ou roubadas. 

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