20 de fevereiro de 2013 | 02h02
Para ele, a decisão deveria ter sido tomada pelos nobres que constituíam o estado-maior de Dom Pedro durante a guerra civil que teve contra seu irmão entre 1831 e 1833: o Marquês de Sá da Bandeira, o Duque de Saldanha, o Duque de Palmela e o Duque da Terceira.
Santos acredita que pode ter sido uma resposta aos inimigos de Dom Pedro: "Havia muitos portugueses que consideravam que ele era um traidor, por ter feito o grito do Ipiranga e dado a independência ao Brasil". Mesmo no Brasil, ele criou inimigos entre a comunidade portuguesa. "Depois da independência, foi feita uma subscrição pública para obter dinheiro para uma marinha brasileira e os portugueses não contribuíram. Dom Pedro chegou a escrever artigos em jornais contra esses portugueses."
Santos indica que o imperador poderia ter contraído a tuberculose que causou sua morte na França, antes de embarcar com as tropas que iniciaram a guerra civil ou nos Açores, onde o clima úmido facilitava o surgimento de doenças respiratórias.
Sobre a altura do imperador - entre 1,66 e 1,73 m - o professor universitário de História do Brasil Jorge Couto afirma que era alto para a época. "Na década de 1950, um século depois, a altura média dos portugueses ainda era inferior a 1,60 metro."
Porto. Couto também diz que faz sentido o fato de que Dom Pedro foi enterrado com um pouco de solo da cidade do Porto, apesar de ter morrido em Queluz, perto de Lisboa. O professor lembra a ligação que o imperador tinha com a cidade depois da guerra civil. "Quando o corpo foi enterrado, o coração de Dom Pedro ficou numa igreja do Porto."
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