
18 de janeiro de 2011 | 00h00
Flávia, de 33 anos, disse que sua maior preocupação na hora do deslizamento era correr para o lugar mais alto, para seu corpo ser achado rápido, e acabou se salvando com os filhos. Ela gritou pelos pais, mas não deu tempo. "Tivemos muita sorte com nossos pais. Nós viemos aqui no dia seguinte, cavamos, tiramos gavetas e pedaços de madeira e achamos os dois abraçadinhos."
Para saber da notícia, Eliandro, irmão de Flávia, precisou andar 40km a pé. "Estava sem telefone e a estrada estava interditada", lembrou. Ontem, ele voltou ao lugar onde encontrou os pais. Tirou uma foto de um porta-retrato, limpou, guardou. Olhou para a vastidão de lama e disse: "A gente via o noticiário sobre o tsunami e comentava: o Brasil é mesmo abençoado, isso nunca vai acontecer com a gente."
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