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Empresa de cabo de sustentação de atores não tem registro

Teatro onde aconteceu acidente com Thiago Fragoso e Danielle Winits não tem técnico para parte elétrica e mecânica

Por Fabio Grellet e RIO
Atualização:

A empresa Set Cavalheiro FX, contratada para instalar o equipamento responsável por manter os atores Danielle Winits e Thiago Fragoso suspensos a cerca de 5 metros de altura durante a encenação do musical Xanadu, no Teatro Oi Casagrande, no Leblon (zona sul do Rio), não tem engenheiro responsável nem cadastro no Conselho de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), segundo a entidade informou ontem.Os dois atores caíram do equipamento durante a apresentação do espetáculo, no sábado. Thiago fraturou cinco costelas e está internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da Casa de Saúde São José, no Humaitá (zona sul). Seu estado é "estável e sem alterações", segundo o hospital, mas não está descartada a possibilidade de submetê-lo a um procedimento para "alinhamento dos arcos costais". O ator não tem previsão de alta.Danielle sofreu apenas um corte na boca e teve alta anteontem, mas preferiu continuar em observação e só deixou o hospital ontem à tarde. Três espectadores também foram atingidos. Uma mulher fraturou uma vértebra e continua no hospital.O vice-presidente do Crea-RJ, Jaques Sherique, fez ontem uma vistoria no Teatro Oi Casagrande, e também encontrou problemas. "O teatro não tem um técnico responsável pela parte elétrica e mecânica, o que pode acarretar riscos e acidentes." A administração do teatro tem até dez dias para indicar ao Crea-RJ os responsáveis. "Caso não cumpra o prazo, o teatro será multado", disse Sherique.O material apreendido no teatro foi submetido a perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que deve divulgar o resultado em até 30 dias. Técnicos do Crea-RJ também vão analisar o material.O acidente é investigado pela 14.ª DP (Leblon), que já tomou o depoimento de três atores, um sócio e dois técnicos da empresa que forneceu o equipamento de sustentação. Segundo a polícia, a empresa afirma que os cabos tinham condições de suportar até duas toneladas. A reportagem não conseguiu localizar representantes da Set Cavalheiro.

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