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Em um ano, DP com péssimo atendimento vira modelo

12º Distrito Policial do Pari, que antes 'caía aos pedaços', agora tem até fraldário e registra um BO em até 20 minutos

Por Luisa Alcalde
Atualização:

Em pouco mais de um ano, o 12.º Distrito Policial, no Pari, região central de São Paulo, passou de uma unidade em más condições a exemplo de delegacia. O imóvel passou por uma "faxina" e hoje tem até brinquedoteca."Dava vontade de chorar. O prédio era imundo, os banheiros não funcionavam e corria esgoto a céu aberto no estacionamento", lembra Tânia Barbosa, presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do bairro. "Agora, se não for flagrante, o registro da ocorrência leva 20 minutos." O responsável pelas mudanças é o delegado titular Eder Pereira da Silva. Vindo do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), onde trabalhou por oito anos, decorou a própria sala sozinho. Com ajuda de comerciantes e moradores da região, ele implantou uma brinquedoteca e fraldário no térreo, além de ter colocado um berço na delegacia. O plantão tem atendimento eletrônico com senha, baleiro, TV de LCD, ventilador e bebedouro. "Vivemos de informação e as pessoas têm de sentir que a delegacia é um local acolhedor para quererem vir para cá", afirma. "Aqui não tem obra de arte e nada chique, mas encontrar tudo caindo é desrespeitoso com o público." O distrito, segundo ele, é lavado todos os dias e os 13 banheiros hoje funcionam. Quando ele chegou, apenas dois estavam em uso. O titular criou ainda sala para atendimento especial para mulheres vítimas de violência doméstica, além de atendimento preferencial para idosos e portadores de necessidades especiais. De acordo com Silva, hoje um registro policial leva, em média, 20 minutos para ser feito. "Depende do sistema, mas flagrantes podem demorar de meia hora a três horas", diz. Investigadores e advogados têm salas próprias e há uma para flagrantes. Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz, também aponta mudanças. "Essa delegacia caminha para ser modelo de bom atendimento, mas algumas coisas ainda precisam ser melhoradas", pondera. "A acessibilidade de cadeirantes é boa, mas eles entram pelos fundos e não conseguem chegar ao primeiro andar, além de maior prestação de contas sobre os inquéritos abertos."

 

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