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Em SP, conserto de bomba em usina vai durar dez dias

Falha nos aparelhos dos rios Tietê e Pinheiros teriam influenciado nos alagamentos das marginais

Por Agência Estado
Atualização:

A previsão do tempo prepara São Paulo para a chegada de mais chuva amanhã, mas o conserto do sistema de bombeamento de águas na Usina de Traição, na zona sul, só será concluído em dez dias. Anteontem, os dois principais rios da cidade - Tietê e Pinheiros - transbordaram por causa da chuva e de falhas em bombas. A informação sobre o reparo foi divulgada ontem pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), órgão do governo estadual.

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O Instituto Nacional da Meteorologia (Inmet) prevê chuva forte na cidade para amanhã à tarde e para o sábado. A precipitação acumulada será significativa - em torno de 70 milímetros. "É possível que (a chuva) fique por um período prolongado e não sejam só pancadas isoladas", disse o meteorologista Marcelo Schneider.Autoridades minimizam a possibilidade de novos alagamentos. O diretor de Geração da Emae, Antônio Bolognesi, classificou o risco como "pouco provável". O governador José Serra (PSDB) relativizou o peso da falha na bomba. "Mesmo que tivesse funcionado, sem dúvida haveria enchentes por causa do grande volume de chuva", disse. A secretária de Saneamento, Dilma Pena, explicou que, na Usina de Traição, o defeito ocorreu no pistão, peça que aciona o combustível para ligar a bomba. Plano antienchenteO Plano de Macrodrenagem para a região metropolitana de São Paulo já está defasado desde sua concepção. Prevê que a Bacia do Alto Tietê seja capaz de suportar temporais que despejam 80 milímetros de água em duas horas.

 

As chuvas desta semana registraram 77,4 milímetros em 12 horas, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). Mesmo assim a estrutura antienchente não suportou. Além dessa discrepância, o plano, feito de 11 anos atrás, deve levar 40 anos para ser implementado se o ritmo de investimentos em obras for mantido.O projeto, concebido pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee), em 1998, financiado com recursos do governo japonês, previa a construção de 134 piscinões na Grande São Paulo. Foram feitos 43. A complementação do que estava previsto consumiria mais R$ 3,6 bilhões em mais 91 reservatórios e não daria conta da água da chuva. Só as obras de rebaixamento da calha do Tietê já consumiram mais de R$ 1,7 bilhão e não resolveram o problema da inclinação do leito do rio, considerada muito pequena, que o torna quase uma vala, sem declividade, impedindo o escoamento de água e também colaborando no assoreamento. Entre 2006 e 2008, todo o serviço foi praticamente perdido, pois faltou fazer a manutenção do desassoreamento, retomado em outubro do ano passado. O Daee alega que para tornar os piscinões mais eficazes há ações complementares como educação ambiental, e que a solução para as enchentes "passa por um conjunto de iniciativas, abrangendo planos de macro e microdrenagem, manejo, uso e ocupação do solo, entre outras". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.