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Em ritmo lento, túnel para ônibus vai atrasar

Parte dos recursos para interligação entre Terminal Parque D. Pedro e Radial Leste vem do Programa de Aceleração do Crescimento

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Felipe Resk e Marco Antônio Carvalho
Atualização:

SÃO PAULO - A construção do primeiro túnel exclusivo para ônibus em São Paulo, projetado para interligar a Radial Leste ao Terminal Parque Dom Pedro, está parada. Menos de seis meses após o início, não há operários trabalhando no canteiro de obras, e a Prefeitura já admite rever o prazo de conclusão, inicialmente estipulado para novembro de 2016.

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Orçado em R$ 150 milhões, o túnel de cerca de 700 metros de extensão foi anunciado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em outubro do ano passado. A maior parte dos recursos para execução da obra deve vir do Programa de Aceleração do Crescimento para a área de mobilidade (PAC Mobilidade Urbana), do governo federal. A Prefeitura, no entanto, alega atrasos no repasse das verbas que serviriam para pagar as empresas contratadas.

O túnel integra o projeto chamado Corredor Radial Leste Trecho 1, que tem 12 quilômetros de via segregada para ônibus entre a Estação Vila Matilde, da Linha 3-Vermelha do Metrô, até a altura do Parque Dom Pedro, na região central.

O túnel de cerca de 700 metros de extensão foi anunciado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em outubro do ano passado Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO.

O investimento total previsto é de R$ 455 milhões, dos quais R$ 15 milhões representam a contrapartida da Prefeitura. A via, que aproveitará parte de uma estrutura subterrânea inutilizada pela Companhia do Metropolitano, com extensão de 150 metros, vai levar os veículos que saem da Radial direto para o terminal.

A passagem subterrânea terá uma faixa em cada sentido, além de uma área central de segurança, caso algum ônibus apresente falhas. Em comparação com o acesso atual dos coletivos que saem ou chegam ao Parque Dom Pedro para a Radial, a Prefeitura estima que o túnel tornará o trajeto 20 minutos mais rápido.

Crise. A São Paulo Obras, empresa da Prefeitura responsável pelo gerenciamento do contrato, citou a crise econômica atual para justificar o ritmo das escavações. “Todas as obras com recursos do PAC estão em ritmo bem lento. O túnel tinha a previsão de término para o fim de 2016. No entanto, com a crise econômica que ocasionou a suspensão de recursos e a diminuição do ritmo das obras, esse prazo pode ser estendido”, informou a empresa.

A reportagem do Estado esteve no local na tarde da sexta-feira passada e constatou que o “ritmo lento” da construção admitido pela empresa significava, de fato, a paralisação completa das obras.

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Não havia ninguém nos terrenos cercados pelos tapumes metálicos e pessoas que passam diariamente pelo local confirmaram que não há movimento de operários nem de máquinas há pelo menos dois meses. Algumas das cercas de proteção estão pichadas e outras não oferecem segurança.

Providências. A SPObras confirmou a ausência de trabalhadores no canteiro, mas disse que o ritmo citado se refere à tomada de providências burocráticas, como licenças, e também ao manejo arbóreo. As medidas, de acordo com a empresa, continuam ocorrendo.

O Ministério das Cidades foi procurado pela reportagem, na sexta-feira e nesta terça, mas não deu informações sobre o atraso nos repasses para a obra do túnel para ônibus. 

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