Nenhum aeroporto do interior paulista se destaca tanto quanto o Leite Lopes, em Ribeirão Preto, por onde passa atualmente 1,1 milhão de passageiros por ano - em 2006, esse movimento era de apenas 318 mil. Além de ser o que mais cresceu, já é também o mais lotado entre os aeroportos do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp). Tanto que, para suportar a demanda crescente, Ribeirão Preto deve ganhar um Módulo Operacional Provisório (MOP), a exemplo do que foi feito no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. É o famoso "puxadinho". Mas, por enquanto, a infraestrutura é tímida. A pista principal do aeroporto tem 2,1 mil metros, mas 15% não são usados nos pousos e decolagens por causa da proximidade com a área residencial. O governo estadual prometeu ampliar aeroporto e pistas, mas problemas na desapropriação de mais de 300 imóveis no entorno estão emperrando as obras. A prefeitura local diz não ter o dinheiro - em torno de R$ 25 milhões - para remover os imóveis, a maioria em uma favela. O município quer recursos do governo estadual, que, por sua vez, garante ser essa uma obrigação do município. A movimentação do Leite Lopes hoje se compara à de um aeroporto como o de Aracaju, com a mesma quantidade de passageiros. Colocados lado a lado, porém, os dois terminais não se comparam em termos de investimento. Na capital sergipana, as obras previstas vão somar R$ 306 milhões de investimentos pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Para Ribeirão Preto, o orçamento destinado no ano passado foi de R$ 9,5 milhões. O Daesp afirma que, para este ano, estão previstos R$ 70 milhões em investimentos - divididos entre os 31 aeroportos que administra.Obras. Algumas obras de manutenção e ampliação já foram feitas nos aeroportos, sem resultados expressivos. O também lotado Aeroporto de São José do Rio Preto teve a sala de embarque ampliada em 60% há um ano, mas continua pequena para tanta gente. O Daesp garante que os terminais de passageiros de Araçatuba, São José do Rio Preto e Presidente Prudente serão ampliados neste ano. Já Marília e Araraquara terão novo terminal. Em Franca, que só opera com aviação executiva, a ideia é investir R$ 6 milhões para que passe a receber também voos comerciais regulares. Em Presidente Prudente, no aeroporto com voos diários para São Paulo, Campinas e Rio, ainda não há nem sequer tela de informações. "Em um futuro próximo vai ter", garante Luiz Carlos Carrion, administrador do aeroporto, acrescentando que já existe projeto para instalação.