Em protesto na Sé, manifestantes atacam carro do prefeito

Flagrado murchando pneu do carro de Kassab, homem ameaça repórter do 'Estado'; polícia reagiu com cassetete, bombas de efeito moral e gás de pimenta

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Por Felipe Frazão
Atualização:

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), foi atacado na manhã de hoje ao sair da missa de aniversário da cidade, na Praça da Sé, no centro. Kassab precisou se esconder para deixar a igreja, mas o carro dele foi alvo de ovadas, pontapés e socos. Um rapaz quebrou um cano de PVC usado como mastro de bandeira no capô do carro oficial, que teve dificuldades de sair da igreja.

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Cerca de 600 integrantes de movimentos sociais e de partidos como o PSOL e o PSTU cercaram a catedral, como se dessem um abraço na igreja. Eles tentavam impedir a saída de Kassab, quando atacaram o veículo.

A Polícia Militar entrou em confronto, usou bombas efeito moral e gás de pimenta. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas. Um segurança da guarda de Kassab levou um chute e foi ao chão. Segundo o capitão Motta, da PM, cerca de cinco policiais também ficaram machucados.

Os protestantes reclamavam das ações municipais na cracolândia e na favela do Moinho. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que era esperado na missa, mas não apareceu, também foi hostilizado e chamado de assassino. Em cartazes, a PM era acusada de violente e o partido tucano, de nazista. Os movimentos dos sem teto pediam a desapropriação e a volta das famílias ao acampamento no Pinheirinho, em São José dos Campos.

Na praça da Sé, moradores do Jabaquara, funcionários da prefeitura que se dizem excluídos do prefeito e um grupo que tentava entregar um diploma de pior prefeito a Kassab protestava pacificamente.

Imprensa. Durante o cerco à Sé, os manifestantes usaram chaves para esvaziar os pneus dos veículos oficiais que estavam estacionados. Eles tentavam murchar todo o pneu para que os carros não pudessem sair com os governantes, entre eles Kassab e o vice-governador do Estado, Guilherme Afif Domingos (PSD).

Ao ser flagrado pela reportagem do Estado, um deles xingou o repórter,o ameaçou e partiu para agressão física - deu um tapa na câmera impedindo que as imagens fossem gravadas. Outros cercaram e continuaram ameaçando e encurralando na travessa entra a igreja e a sede do Tribunal de Justiça de São Paulo. Uma equipe da TV Globo também foi hostilizada e impedida de registram a manifestação.

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