18 de abril de 2012 | 03h02
Com cigarros de orégano e cerveja, um grupo de cerca de 20 alunos da Universidade de São Paulo (USP) realizou na noite de ontem mais um encontro da Semana de Barba, Bigode e Baseado. O evento visa a discutir a legalização da maconha e a "autonomia sobre o uso do corpo", segundo os organizadores.
O grupo se reuniu em uma sala conhecida como Espaço Verde da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na Cidade Universitária. Inicialmente se previa a realização de gincanas e concurso de paródias, mas os universitários desistiram da brincadeira.
Após o início da manifestação, o cheiro de orégano rapidamente ficou forte no local. "Para efeitos jurídicos, afirmamos que será fumado apenas orégano, substância lícita", ressaltaram os organizadores no convite que fizeram para o evento.
A chamada "semana do baseado" está sendo promovida por alunos ligados à Frente Uspiana de Mobilização Antiproibicionista (Fuma). A frente foi fundada no fim do ano passado, em meio aos protestos surgidos após a Polícia Militar flagrar três estudantes com maconha na FFLCH (veja ao lado). Anteontem, no primeiro dia do festival, aproximadamente 60 estudantes assistiram ao filme Maria Cheia de Graça e depois debateram o papel da mulher na sociedade.
Programação. Hoje, a programação está prevista para começar às 18 horas, no vão da História, com uma "intervenção libertária" regada a cerveja e ao som de samba. O objetivo do ato é "fazer os presentes refletirem sobre o direito que lhes é dado ao próprio corpo". Amanhã, a partir das 18 horas, o Espaço Verde receberá um "plantão de cultivo" e, às 21 horas, será realizada uma "orgia poética".
Para encerrar o evento, na sexta-feira, haverá um debate sobre "Travestis e drogados: (des)marginalizando comportamentos", no local onde a PM flagrou o consumo de maconha no ano passado. Também está prevista a festa "Queimando o bigode", uma cervejada para arrecadar recursos para a Marcha da Maconha, movimento que defende a legalização da droga no Brasil.
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