04 de junho de 2011 | 00h00
Bombeiros e guarda-vidas do Rio invadiram ontem à noite o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, no centro da cidade, em protesto por melhores condições salariais e de trabalho. Exibindo faixas e cartazes, os servidores exigiram a presença de autoridades e, conforme testemunhas, fizeram um "escudo humano" com mulheres do grupo para tentar impedir a entrada de uma tropa montada da Polícia Militar (PM) no local.
O governo do Estado, em nota, disse que a ordem é para que os insubordinados sejam presos por invadir um bem público e terem transgredido o código de conduta militar. Pelo menos 500 bombeiros participavam da manifestação até o início da noite.
De acordo com o governo do Estado, o protesto tinha motivação política. A Tropa de Choque da PM foi acionada. A ordem era prender os manifestantes, mas o batalhão seguia apenas na frente do prédio, monitorando a situação, até as 23 horas.
Os acessos ao local foram bloqueados pelos bombeiros com caminhões de salvamento da corporação e mangueiras de incêndio. A orientação dada pelos líderes do grupo era para resistir a uma eventual intervenção da Tropa de Choque - mas, caso houvesse invasão, todos deveriam sentar no chão.
Um porta-voz do movimento disse que a condição para a saída do local era o término dos protestos e serem recebidos por uma autoridade "com poder de decisão, como o governador, o vice ou um secretário". Por volta das 22 horas, o comandante-geral da PM, coronel Mario Sérgio Duarte, dirigiu-se ao gabinete do comando do Corpo de Bombeiros para uma reunião com oficiais da corporação. O resultado dessa reunião não havia sido informado até o fim da noite.
Um mês. Os protestos de bombeiros e salva-vidas já ocorrem há um mês no Rio. Ontem, houve reflexos no tráfego em vários pontos do centro da capital, com enormes engarrafamentos. Os bombeiros reivindicam piso mínimo de R$ 2 mil, o dobro do atual, de cerca de R$ 950.
Em maio, o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, admitiu até a contratação, em caráter temporário, de guarda-vidas civis para os postos de salvamento da orla marítima. Em alguns dias, notou-se ausência de 70% dos guarda-vidas nos postos de salvamento, que funcionavam apenas com oficiais bombeiros.
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