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Em Ibiúna, faltam placas e guias turísticos

Prefeitura diz que está fazendo mapa para dar mais informações a visitantes; moradores[br]cobram conserto de ruas

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

IBIÚNAO poço no quintal garante a água para a família da dona de casa Maria da Conceição Jesus de Lima, de 44 anos, no bairro Rosarial, a 4 km do centro de Ibiúna, cidade a 65 km de São Paulo. A família faz parte dos 57,5% de domicílios do município que não têm água encanada. Como a casa também não tem rede de esgoto (o índice de coleta no município é de 19%), regularmente o marido da dona de casa, Valdemar Pereira de Lima, de 52, joga um pouco de água sanitária no poço para evitar contaminação.Quando o Estado visitou o local, faltava água em algumas casas atendidas pela Sabesp e o vizinho Raimundo Cordeiro de Souza, de 56, se abastecia do poço de dona Conceição. Na família, só o filho Ezequiel, de 12 anos, sabia que Ibiúna está entre as 67 estâncias turísticas do Estado. Entre os moradores, o status adquirido há mais de dez anos é motivo de piada. "Só se o turista vier ver esse fenômeno que é o mato nascendo em pleno asfalto", diz a artesã Sueli de Fátima Pedroso.Na quinta-feira, não havia funcionário no Centro de Informações Turísticas, feito com verba do Fundo de Melhorias das Estâncias. Um bilhete recomendava ligar para a prefeitura. Não há placas indicando atrações como a Capelinha, o prédio da cadeia, de 1857, e a praça da matriz. Na terça-feira, a cobertura de um palco na praça desabou com a ventania e, dois dias depois, os destroços continuavam no mesmo local. O coreto que havia ali foi demolido na gestão anterior.As áreas de lazer na beira da Avenida Marginal estão abandonadas. Quiosques de madeira já perderam a cobertura e os bancos foram pichados. Ruas têm buracos no asfalto e nas calçadas."Quem vem para Ibiúna é o paulistano que tem chácara na represa. Mesmo esses têm vindo menos por causa da violência", diz o comerciante Antonio Soares. A cidade de 71.228 habitantes teve 14 homicídios e 147 roubos no ano passado.O prefeito Coiti Muramasu (PV) disse que os parques da Marginal fazem parte de projetos do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), mas houve necessidade de um longo processo de licenciamento ambiental. "As obras vão começar em julho."O secretário de Turismo, Mauro Issler, disse que o funcionário do Centro de Informações trabalha em feriados e fins de semana e folga às quartas e quintas-feiras. Sobre o saneamento, o diretor de Meio Ambiente, Gustavo Soares Leão, disse que as moradias não atendidas são rurais.

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