
08 de fevereiro de 2012 | 03h05
Segunda maior cidade baiana, com 683 mil habitantes, Feira de Santana já concentra 20% dos homicídios registrados no Estado e recebeu cerca de 300 soldados do Exército desde sábado. Nenhum policial está trabalhando na região, cujos índices de homicídios estão entre os maiores do Brasil.
O transporte coletivo está parado e todas as escolas da cidade estão fechadas. Vendedores de todo o Nordeste que usam Feira de Santana como "base" para seus negócios também estão sem trabalhar, com medo dos assaltos. A população reclama que bandidos fazem arrastões nos bairros onde não existe policiamento de tropas federais e o comércio ontem manteve as portas fechadas. As ruas da cidade, um dos principais entrepostos comerciais do Nordeste, permanecem desertas. Em um táxi de Salvador, a reportagem foi duas vezes alertada por pedestres a não permanecer na cidade, pois o carro já estava visado pelos criminosos. Um deles foi o camelô Anderson Silva Lima, de 21 anos, que contou que encapuzados também bateram na porta de sua casa na madrugada exigindo dinheiro. "Dei R$ 30 e eles foram embora. Achei que roubariam minha TV nova, igual fizeram com o vizinho, que estava sem trocado", disse ele, que vive no bairro Queimadinho.
Rastro. O medo também cerca a população de municípios vizinhos a Feira de Santana, como Simões Filho e Amélia Rodrigues. Carros queimados no acostamento da BR-324 também podem ser observados entre Salvador e o interior baiano.
Em Barreiras, a 856 km de Salvador, cerca de 10 homens armados e com capuzes fizeram arrastão em uma loja de roupas e calçados na Vila Dulce. No município a adesão da PM à greve também chega a 100%. No litoral sul, saques ao comércio ocorreram em Camamú, onde a população reclama de onda de assaltos na periferia da cidade.
A capital também não escapa. À tarde, tiroteio no centro de Itapuã, distrito de Salvador, fez comerciantes e supermercados baixarem as portas por volta das 16h. Um lojista e dois assaltantes teriam trocado tiros após tentativa de assalto na Avenida Dorival Caymmi. A Polícia Civil não soube informar se havia feridos.
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