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Em dois anos, quadrilhas fizeram 202 ataques a bancos com explosivos em SP

Números de 2019 ainda não estão disponíveis, mas as quadrilhas continuam agindo

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Em dois anos, foram registrados 202 ataques com explosivos a bancos no Estado de São Paulo. Foram 100 ataques em 2017 e 102 em 2018, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Os alvos foram os caixas eletrônicos ou os cofres das agências. Os números deste ano ainda não estão disponíveis, mas as quadrilhas continuam agindo, principalmente em cidades pequenas do interior do Estado.

Três agências foram atacadas com explosivos pela quadrilha, em São Bento do Sapucaí (SP) Foto: Divulgação Moisés Link

Na madrugada desta segunda-feira, 11, uma quadrilha com ao menos dez integrantes usou explosivos para atacar simultaneamente três agências bancárias em São Bento do Sapucaí. Enquanto parte da quadrilha roubava os bancos, outra disparava contra a base da Polícia Militar para impedir a ação dos policiais. As explosões e o tiroteio aterrorizaram os 10,8 mil habitantes da estância climática, localizada na Serra da Mantiqueira. Os bancos não informaram a quantia levada das agências. Conforme a Polícia Civil, a quadrilha invadiu a região da cidade em dois ou três carros, por volta das 3h15. As três agências ficam na região central e não foi possível saber qual delas foi atacada primeiro. Os criminosos explodiram caixas eletrônicos e os cofres das agências. O prédio do Banco do Brasil, um dos bancos atacados, ficou destruído. Na sequência, os criminosos atacaram as agências do Bradesco e do Santander. Moradores relataram sequências de tiros e explosões. Conforme Vanderlei Leopoldo Leite Junior, que mora no centro, os tiros começaram às 3h14 e se estenderam até as 3h34. Ele contabilizou mais de quinze explosões e tiros de vários calibres, devido à diversidade dos estampidos. A base da PM ficou com a fachada cheia de buracos de balas, mas ninguém ficou ferido. Os criminosos fugiram e, até o fim da tarde, nenhum suspeito tinha sido preso. O Santander informou que colabora com as investigações policiais sobre o ataque à agência. O Bradesco informou que o atendimento na agência está suspenso e avalia os danos para recuperar o local com a maior brevidade possível. Já o Branco do Brasil, que teve a agência severamente danificada, informou que não tem previsão de retomar o atendimento. Como alternativa, o banco orienta os clientes a usarem os serviços do banco postal e casas lotéricas. Os ataques voltam a acontecer no interior de São Paulo depois de uma trégua dada pelas quadrilhas nas últimas semanas. No sábado, 9, criminosos fortemente armados explodiram uma agência bancária da Caixa Econômica Federal no centro de Cajuru, região norte do Estado. Os criminosos explodiram dois caixas eletrônicos. As explosões danificaram a agência, mas a quadrilha não conseguiu ter acesso ao dinheiro e fugiu sem levar nada. No ano passado, as principais ações das quadrilhas se concentraram no Vale do Paraíba. Em seis cidades, os criminosos atacaram mais de uma agência na mesma ação. Na véspera do Natal, três agências foram explodidas em Campos do Jordão. Também houve três ataques simultâneos em Cunha e São Luiz do Paraitinga. Nas cidades de Santa Branca, Piracaia e Paraibuna houve ataques simultâneos com explosivos em duas agências.  EM MINAS - A Polícia Civil suspeita que a mesma quadrilha que agiu em São Bento do Sapucaí atacou uma agência do Banco do Brasil, em Sapucaí Mirim, no sul do Estado de Minas Gerais. A cidade mineira fica a 30 km de São Bento do Sapucaí e os ataques aconteceram em sequência. Durante a fuga, os criminosos espalharam pregos retorcidos, conhecidos como 'miguelitos', para dificultar eventual perseguição. O valor roubado não foi informado. Até o início da tarde ninguém tinha sido preso. 

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