Na zona rural de Barretos, a PM Tania Aparecida de Oliveira, de 47 anos, tem feito rondas de casa em casa, das 7 às 18 horas, com o objetivo de alertar sobre um perigoso inimigo: o HPV, vírus relacionado com o desenvolvimento do câncer de colo de útero.Conhecida pelas mulheres da região, a cabo Tania foi convocada para integrar um projeto-piloto do Hospital de Câncer de Barretos que, desde fevereiro do ano passado, entrega kits de autocoleta para realização de papanicolau.
“O maior desafio é conscientizar essas pessoas, tendo em vista seu perfil. Em geral, são de baixa escolaridade e, muitas vezes, é preciso persistência”, afirmou. Às vezes, a policial tem de enfrentar a resistência até dos parceiros para a realização dos exames. “Houve casos em que foi necessária uma abordagem específica, voltada à orientação e à conscientização do cônjuge. Acredito que a condição de policial militar acabou por dar mais credibilidade às minhas palavras.”
A policial militar conta que já se deparou com o caso de uma mulher que nunca tinha realizado exames preventivos. E não queria fazê-los. Com as visitas constantes, acabou aceitando. “Seu sorriso de gratidão tocou meu coração, pois sei que, por esses exames preventivos, vidas já foram salvas.”
Uma das vidas salvas foi a da dona de casa Eliana Cristina da Silva Cassiano, de 44 anos, que ficou dois anos sem fazer o papanicolau. Foram diagnosticadas lesões e, na segunda-feira, ela fez cirurgia para remoção do colo do útero.
Balanço. No projeto-piloto, que será finalizado neste mês, quase 400 mulheres foram avaliadas e 12% apresentaram a presença do vírus. A taxa de aceitação para realização do teste foi de 95,6%