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'Em acidente, não tem abraço de mãe que garanta segurança'

Por Análise: José Antonio Oka
Atualização:

No Brasil, morrem seis crianças por dia em acidentes de trânsito, de acordo com estatísticas do Ministério da Saúde. Diante dessa realidade, os adultos precisam estar atentos à segurança das crianças nas vias ou dentro dos veículos - neste último caso, com o uso dos equipamentos de segurança adequados à idade, ao peso e à altura da criança, as popularmente chamadas cadeirinhas (que, na verdade, é apenas um dos tipos, como o bebê conforto e o assento de elevação). O corpo de uma criança ainda está em desenvolvimento nessa faixa etária, portanto, sua estrutura óssea e seus órgãos não estão totalmente desenvolvidos como os dos adultos. Em uma situação de colisão, a força necessária para se manter no lugar é muito grande. Por exemplo: uma colisão a 60 km/h é como cair de um prédio de cinco andares. Quem poderia se segurar "no braço" para não se machucar nessa situação? Nenhum adulto e, muito menos, uma criança. Para bebês é ainda mais problemático. Eles não têm músculos para conseguir sustentar adequadamente a cabeça, cuja proporção em relação ao restante do corpo é maior do que a de um adulto. Por isso, precisam ser transportados no chamado bebê conforto, que oferece apoio adequado. Outra analogia: em uma colisão com a mesma velocidade, um ocupante solto poderá sofrer um impacto de 40 ou mais vezes o seu peso quando colidir contra o para-brisa, qualquer parte interna do veículo ou mesmo outro ocupante. Por tudo isso, não existe "abraço de mãe ou de pai" que consiga garantir a segurança das crianças em caso de acidente. Os pais devem acostumar seus filhos a sempre utilizar a cadeirinha até que atinjam idade, altura e peso adequados para a proteção apenas com o cinto de segurança do veículo (em geral, acima de 1,45 metro de altura). É extremamente importante que os pais verifiquem se as cadeirinhas têm o selo do Instituto de Normalização, Metrologia e Qualidade Industrial (Inmetro) impresso na embalagem. Assim como devem prestar atenção na montagem e fixação correta do dispositivo de retenção, segundo orientações do manual do produto, e se o seu filho ou filha está adequadamente fixado no dispositivo.É SUPERVISOR DE SEGURANÇA VIÁRIA DO CENTRO DE EXPERIMENTAÇÃO E SEGURANÇA VIÁRIA (CESVI-BRASIL)

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