11 de janeiro de 2012 | 03h02
O preço dos estacionamentos na cidade de São Paulo mais do que dobrou nos último cinco anos. Entre 2006 e 2011, os valores cresceram 116%, segundo pesquisa da agência AutoInforme. Só no ano passado, os preços subiram 12,94% - quase duas vezes e meia a mais do que a inflação verificada no período, de 5,81%, de acordo com Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
E os preços desse serviço devem continuar a subir neste ano. Para o diretor da Agência AutoInforme, Joel Leite, a expectativa para 2012 é de que os estacionamentos mantenham a alta de preços, chegando a superar duas vezes a inflação, como foi registrado no ano passado. "Temos aumento do preço dos imóveis em São Paulo e cada vez menos vagas nas ruas da cidade. Por isso, a tendência é de que os preços dos estacionamentos subam cada vez mais."
A pesquisa da AutoInforme aponta que a inflação do carro - medição do custo total de se manter um veículo, incluindo combustíveis, serviços e seguros - subiu 7,86% em 2011. Para o estacionamento mensalista, a alta foi de 12,66%. Já para o serviço avulso, com duas horas de estacionamento, o aumento no ano passado chegou a 14,5%, segundo o levantamento.
O presidente do Sindicato das Empresas de Garagem e Estacionamento do Estado de São Paulo (Sindepark), Marcelo Gait, explica que o aumento do preço desse serviço está relacionado ao mercado imobiliário e à demanda por vagas com o aumento do número de carros em São Paulo. "Somos inquilinos dos terrenos e prédios. Caso os aluguéis aumentem, temos de repassar de alguma forma, para continuar atendendo à demanda."
Custos. Outro fator que contribui para a elevação dos preços desses estabelecimentos é o reajuste dos salários dos trabalhadores dos estacionamentos, que é feito em setembro, mês de data-base dos manobristas e empregados de empresas de garagens do Estado de São Paulo. Segundo o sindicato dos trabalhadores (Seeg), o reajuste em 2011 foi de 8,9%. "Para este ano, vamos pleitear novo aumento que fique acima da inflação do período", diz o presidente da entidade, Francisco Antonio da Silva.
O presidente do Seeg diz, no entanto, que salários de empregados não são o maior custo dos estacionamentos. "O piso de um manobrista e caixa é de R$ 889,47. Não é o que encarece. Donos e empresas sempre reclamam de aluguel e impostos, que acabam pesando muito mais."
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerada a "inflação oficial", apresentou aumento de preço de 9,85% para o serviço de estacionamento na Região Metropolitana de São Paulo no ano passado. Nesse mesmo período, a inflação subiu 6,49%.
Motivos. Para o diretor de fiscalização do Procon-SP, Renan Ferraciolli, em caso de aumento acima da inflação, o consumidor deve questionar a empresa. "É como a alta da mensalidade escolar. Se houve aumento, quem paga quer saber por quê. E deve fazer o mesmo com o estacionamento."
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