19 de janeiro de 2011 | 00h00
A tragédia em Caraguatatuba deixou 436 mortos e desesperou os moradores. Todas as 240 lojas da cidade fecharam as portas, num luto espontâneo. A luz acabou. Comida e gasolina foram racionadas. O Rio Santo Antônio subiu e o aguaceiro invadiu a Santa Casa. O necrotério municipal não parava de receber corpos e o mar também trazia cadáveres. Severino - coveiro identificado pelos jornais da época apenas pelo primeiro nome e que nunca havia enterrado mais de três pessoas em um dia, sepultou cem de uma vez - 15 em vala comum. Mais da metade sem nome.
A solidariedade não demorou a chegar. Donativos de São Paulo chegavam em três aviões e de navio, via Porto de Santos. Caraguatatuba não tinha roupa. Caraguatatuba tinha fome. No dia seguinte à tragédia, ali estavam remédios, 20 sacas de feijão, 450 latas de leite em pó, 300 cestas básicas, 100 latas de biscoito e vários outros mantimentos.
Rio. A catástrofe de Caraguatatuba aconteceu dois meses depois de uma outra tragédia carioca: em 23 e 24 de janeiro daquele mesmo 1967, fortes chuvas no Rio deixaram 785 mortos. A capital carioca virou mar.Um mar sujo e impiedoso.
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