Elize Matsunaga se recusa a responder perguntas da acusação

Viúva de Marcos Matsunaga confirma a juiz que agiu sozinha no assassinato do marido

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Por William Cardoso
Atualização:

SÃO PAULO - Elize Araújo Kitano Matsunaga, de 31 anos, viúva do executivo Marcos Kitano Matsunaga, e ré confessa do assassinato do próprio marido, respondeu por 2 horas às perguntas do juiz Adilson Paukoski Simoni. No interrogatório, Elize confirmou o que já tinha contado à polícia, ou seja, que agiu sozinha e sob forte fator emotivo.A acusação queria fazer perguntas, mas Elize se recusou a responder. A defesa se absteve de fazer perguntas e a sessão foi encerrada por volta as 16 horas.Depoimento foi 'tiro no pé'Amante do ex-diretor executivo da Yoki, Nathalia Vila Real Lima, de 24 anos, foi ouvida por cerca de uma hora e quarenta minutos, entre a manhã e a tarde desta quarta-feira 30, durante a audiência de instrução no Fórum Mario Guimarães, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Ela foi arrolada pela defesa de Elize Matsunaga.Segundo o advogado da amante do executivo, Roberto Parentoni, o depoimento dela foi "um tiro no pé da defesa", que tentou desqualificá-la, insinuando que é prostituta com "perguntas impertinentes". Ele explicou que isso é muito comum em casos em que se discute questões de paternidade. "Vejo muitos 'advogados' querendo desqualificar a acusação dizendo que a mulher é prostituta, que é vagabunda, mas essa não é a questão. A questão é se o filho é do pai ou não. A mesma coisa aqui. Qual o relacionamento do Marcos com a Nathalia e como ele vivia com a Elize? Foi uma tentativa de desqualificação da testemunha, que foi arrolada pela própria defesa." O advogado, no entanto, admitiu que Nathalia tinha trabalhado como garota de programa.Parentoni contou também que Nathalia negou na audiência desta quarta que ganhou de presente do executivo um carro. "Ela falou agora, sob o crivo do contraditório, que, na questão do carro, o Marcos a auxiliou na blindagem, na escolha do modelo. Mas foi ela quem adquiriu o veículo. A blindagem foi feita a pedido do Marcos, por questão de segurança, por São Paulo ser uma cidade violenta."Ela também negou que recebia mesada do executivo. Só ganhava presentes, segundo o advogado. "Marcos era alguém que gostava de dar presentes. Não só para ela, como também para as pessoas de convívio dele."Segundo Parentoni, o crime mudou a vida de Nathália. "Ela tem medo de se expor, das pessoas começarem a reconhecê-la na rua. Ela parou a vida, antes estudava design."HistóricoElize matou e esquartejou o marido em 19 de maio do ano passado. No dia seguinte, jogou os pedaços do corpo em um chácara na zona rural de Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo. Ela foi presa em 4 de junho e confessou o assassinato no dia seguinte.

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