'Eles vão ter de me engolir como sócio'

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Pivô da polêmica que ultrapassou os muros do Paulistano, o cirurgião plástico Mario Warde, de 41 anos, aguarda com expectativa o dia em que finalmente poderá passar pelas catracas do clube com a carteirinha de sócio nas mãos. Ao lado dele, além do marido Ricardo Tapajós, de 47 anos, devem estar a filha, de 13, e os enteados, de 15 e 17. "Agora falta pouco. Eles vão ter de me engolir", afirma.Warde explica que "comprou a briga" por uma questão cívica. "Quando o Ricardo solicitou a inclusão, achávamos que o processo seria simples. A ex-mulher dele tinha o título, apesar de os dois nunca terem casado no papel. Pensei que o mesmo ocorreria comigo. Mas o conselho decidiu o oposto. Só duas pessoas aprovaram nosso pedido. Foi aí que começou a batalha", conta.Para o casal, a decisão do clube não reflete a posição da maioria dos sócios. "Recebo apoio das pessoas lá dentro. Há uma torcida a nosso favor. Somos uma família como outra qualquer. Nos fins de semana, quereremos ir ao clube praticar esportes, almoçar e nos divertir. Hoje, esse direito não é respeitado. Como visitantes, minha filha e eu não podemos ir à piscina ou ao cinema."Polêmica. Na internet, sócios discutem o assunto em redes sociais. E a polêmica continua. O tema ganhou até desdobramentos políticos. Léo Coutinho, de 34 anos, é o conselheiro mais jovem do clube. Foi eleito em dezembro com a bandeira da modernidade e hoje luta para que a diretoria retire o recurso e aceite o casal gay. "Essa história tem de acabar logo. O Paulistano não é retrógrado, como pode parecer. Há uma movimentação muito grande entre os 25 mil associados para que haja uma mudança de postura", diz Coutinho.Para Warde, a briga não é uma questão ideológica, apenas cívica. "Temos os mesmos direitos", resume. / A.F.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.