''Eles mataram meu filho'', diz salva-vidas

PUBLICIDADE

Por Alessandra Saraiva
Atualização:

ENTREVISTA - Túlio Anselmo, marido de Cléa Borges, que abortou no quartel

O que aconteceu na madrugada de sábado?

Disseram que foi invasão, mas eu não posso invadir o que é meu. O quartel dos bombeiros pertence a quem? Não é ao bombeiro?

Como começou a confusão?

PUBLICIDADE

Com a investida do Bope, houve disparos, tanto de balas de borracha quanto armas de fogo. Consegui puxar um companheiro para longe e tirei todas as mulheres da linha de fogo. No tumulto, minha esposa foi imprensada. Quando cheguei próximo da área aberta do quartel, do pátio, perto da cozinha, encontrei minha esposa, e ela urrava de dor. Desesperada, foi para dentro do banheiro e ficou lá muito tempo. Nesses 40 minutos, ela teve o aborto. Meu filho está enterrado dentro do vaso sanitário do quartel central por culpa do Bope. Eu perdi meu filho (chorando). Eles disseram que não mataram ninguém. É mentira. Eles mataram meu filho.

Era preciso levar a família?

Se não estivéssemos com nossas famílias, hoje nós estaríamos mortos e metade do Bope estaria também. Eles iam usar bala de verdade e nós íamos revidar.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.