Eleição de melhor pastel de feira terá até transmissão por telão

Julgamento agora será feito às cegas por 20 pessoas, incluindo a pasteleira Maria Yonaha, bicampeã da competição

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Por Artur Rodrigues
Atualização:

A eleição do melhor pastel de feira de São Paulo, promovida pela Prefeitura, vai dobrar de tamanho e se profissionalizar. O julgamento agora será às cegas e o resultado, transmitido em dois telões na Praça Charles Miller, no Pacaembu, no próximo dia 27. A bicampeã e pasteleira mais famosa da cidade, Maria Yonaha, de 60 anos, deixará a competição para virar um dos 20 integrantes do júri, formado por chefs e críticos gastronômicos."Será uma competição fechada. Foram convidados os 20 melhores dos três últimos concursos. Por isso, estamos chamando de tira-teima", afirma o supervisor de abastecimento da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras e criador do evento, Beto Graziano. Até o ano passado, os pasteleiros se inscreviam e iam sendo eliminados até sobrarem dez finalistas.O júri, que antes dividia com o público a decisão, agora fica com 100% da responsabilidade. "Não contará simpatia, apresentação da barraca, quem fritou e outras coisas que influenciam no julgamento", diz Graziano. Os pastéis da competição serão todos de carne e identificados apenas por um código. Só após o fim da votação, acompanhada em tempo real pelo público, o vencedor será revelado. O primeiro colocado ganhará R$ 5 mil, o segundo colocado, R$ 3 mil, e o terceiro, R$ 2 mil. Além disso, os melhores colocados de cada região ganharão placas de apresentação e o direito de trabalhar durante a Virada Cultural.Os quesitos levados em consideração serão o recheio, o sabor, a massa e a qualidade da fritura. No dia da competição, a população poderá provar os pastéis concorrentes por R$ 1,50. "No ano passado, foram vendidos 10 mil pastéis. Neste ano, a estimativa é de que sejam 20 mil", afirma Graziano. A pasteleira Maria está ansiosa para sua estreia no júri, um convite feito pelo próprio prefeito Gilberto Kassab (PSD). "Não sou chefe de cozinha nem nada, mas de pastel eu entendo. Vai ser uma coisa bem inesquecível", afirma. Para ela, um bom pastel tem de ser crocante, sequinho e bem temperado.Maria diz que vai ser justa. Ela sabe o impacto que o concurso pode ter na vida dos vencedores. Três anos depois de sua banca no Pacaembu ser eleita a melhor da cidade, seu nome virou grife e a terceira loja com o nome da franquia Pastel da Maria está prestes a ser inaugurada. "Esse concurso mudou minha vida", diz ela, que vende pastéis há 40 anos. Números. A cidade de São Paulo tem 1.554 barracas e carrinhos de alimentos cadastrados pela Prefeitura. Metade são pasteleiros. Por causa do número reduzido de autorizações, uma licença pode ser vendida por até R$ 500 mil no mercado clandestino.

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