27 de janeiro de 2014 | 12h29
Atualizado às 15h06
SÃO PAULO - O advogado André Zanardo, que auxilia a família do estoquista Fabrício Proteus Chaves, de 22 anos, afirma que o rapaz não é adepto da tática black bloc. Baleado no tórax e na região genital por policiais militares no sábado, 25, ele permanece em estado grave na Santa Casa mas já respira sem a ajuda de aparelhos.
"O Fabrício não é adepto da tática. Além disso, estava de branco, não estava mascarado, usava camiseta branca e calça jeans azul (os black blocs normalmente se vestem de preto)", diz Zanardo, do grupo Advogados Ativistas. Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) afirma que o rapaz é black bloc e atacou os policiais.
Para o advogado, a polícia tenta incriminar o rapaz que tinha conduta pacífica e tentava fugir do tumulto na manifestação, que acabou com 135 detidos. De acordo com Zanardo, o rapaz aderiu às manifestações devido ao problema de mobilidade urbana na cidade.
Ele faz curso técnico na Etec Getúlio Vargas, no Ipiranga, e mora na região de Congonhas. "Ele já não estava conseguindo estudar porque às vezes não tinha dinheiro para a passagem. Em outras, tinha dificuldade porque o transporte demorava muito", afirma o advogado. O rapaz também iria tentar fazer faculdade de engenharia mecânica.
Proteus trabalha como estoquista na loja Armarinhos Fernando, na 25 de Março, na região central. Lá, ele é elogiado por colegas. "A conduta profissional dele é excelente. Não chega atrasado, é um funcionário assíduo", afirma Antonio Marinho da Silva Neto, de 52 anos, encarregado do estoque da loja. Segundo ele, a função do rapaz é repor material da área de vendas.
O caso de Proteus foi assumido pela Defensoria Pública, que acusa a Polícia Militar de atuar de forma violenta nos protestos. Ele segue sedado, na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa. A situação dele é grave, porém estável.
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