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'Ele me provocou e fui atrás', diz motorista

Pedreiro que atropelou 8 jovens, matando 6, admitiu que participava de um racha

Por Victor Vieira e Diego Zanchetta
Atualização:

O pedreiro Reginaldo Ferreira da Silva, de 41 anos, que atropelou e matou seis jovens na madrugada de sábado em Mogi das Cruzes, admitiu nesse domingo, 29, à Polícia Civil que disputava um racha com Paulo Henrique Batista, de 22 anos, foragido. "Ele me provocou e eu fui atrás", disse Silva, no 2.º Distrito Policial.O pedreiro foi preso em flagrante logo após o acidente, acusado de homicídio doloso e embriaguez ao volante. Segundo a polícia, Silva disse que queria "revidar" a ultrapassagem de Batista, que estava em um Fiat Pálio. Com mais quatro amigos, Silva iniciou então uma disputa com seu Monza - que tinha direção e pedais de competição - pela Avenida Japão. Na curva, onde havia um terreno com um grupo de jovens que fumava narguilé, Silva perdeu o controle do veículo, que capotou e atingiu oito - seis morreram no local e dois ficaram feridos sem gravidade. Batista, o motorista do Pálio, fugiu sem prestar socorro. O carro foi localizado pela polícia ontem. O advogado Francisco Alves de Lima, que fará a defesa, disse que ele vai se apresentar amanhã. Batista não teria prestado socorro às vítimas por medo de linchamento e a defesa nega que tenha ocorrido um racha. Segundo o advogado, o pedreiro "ficou bravo" após ser ultrapassado por Batista e decidiu acelerar para ultrapassá-lo. Enterro e protesto. No velório comunitário na Igreja São Judas Tadeu, no bairro Jardim Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, familiares e amigos estavam revoltados e pediam Justiça. Por volta das 17 horas, as cinco vítimas - Lucas Baptista Lopes, de 13 anos; Jeferson Andrade Nunes, de 17; Herick Henrique Pereira, de 17; Rebert Nascimento Silvério, de 19; e André Francisco Duarte, de 22 - foram enterradas sob forte comoção e indignação no Cemitério da Saudade. A sexta vítima, Patrícia Fontana Rieper, de 19 anos, já havia sido sepultada no Cemitério Parque das Oliveiras.À noite, cerca de 50 pessoas ainda faziam um protesto na Japão, com barreiras de fogo. A polícia usou bombas de efeito moral para dispersar o grupo. "As pessoas pensam que é pista de corrida" criticou Yanca da Silva, de 17 anos, irmã de um dos mortos na tragédia.

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