Ecoesfera já teve outros problemas de estouro de caixa d'água

Morador reclamou de incidente em 2008 e faz outras acusações; presidente diz que problemas foram resolvidos

PUBLICIDADE

Por Solange Spigliatti
Atualização:

Um dia depois de duas caixas d'água estourarem em um prédio de concepção ecológica, inundando vários apartamentos, na região do Butantã, zona oeste de São Paulo, o proprietário de um apartamento em outro edifício com 300 unidades, também com incorporação da Ecoesfera Empreendimentos Sustentáveis, denunciou a ocorrência de um fato semelhante em outubro do ano passado. Veja também: Caixa d'água estoura e inunda prédio 'ecológico' no Butantã O incidente de 2008 aconteceu cerca de 10 meses após o prédio Ecolife Butantã ser entregue aos moradores. Segundo um dos proprietários, que não quis se identificar, uma caixa d'água de 15 mil litros, localizada no telhado de uma das três torres do condomínio, estourou causando danos a alguns dos apartamentos. Segundo ele, os moradores ainda não foram indenizados. De acordo com este morador, esse não foi o único problema ocorrido após a entrega das chaves. "As caixas d'água que estão localizadas no subsolo do prédio já estouraram duas vezes e a construtora não permite o acesso ao local ao síndico e muito menos aos moradores". A empresa apenas diz que o defeito é no material, mas foram eles que colocaram este tipo de material no prédio", conta. Segundo informações do presidente da incorporadora, Luiz Fernando Lucho do Valle, uma caixa d'água da marca Masterágua, comprada pela Construtora Zappi, empresa terceirizada para realizar o projeto, estourou na garagem do prédio no ano passado, sem causar danos aos proprietários. "Assumimos a responsabilidade da construtora, que foi substituída durante a fase final da obra, pois a mesma estava deixando o setor de construção. Reforçamos a nova caixa d'água com cintos para evitar que ela estourasse, mas depois de um tempo, outra caixa d'água também estourou, mas na parte superior do prédio", explica. De acordo com o morador, o prédio, que se diz ecológico, foi entregue sem alguns dos itens de sustentabilidade usados como diferenciais para a venda do condomínio. Segundo o morador, o equipamento que faz a captação da água de chuva e das torneiras e faz o bombeamento para a reutilização da água não está funcionando. Outro item de sustentabilidade oferecido pelo condomínio, a água filtrada em todos os pontos externos do prédio, também não foi entregue. De acordo com o morador, a empresa ainda não apresentou nenhum certificado de potabilidade da água. O condomínio, formado por três torres com 14 andares e seis apartamentos por andar, foi entregue, segundo o morador, sem relógios para medição de água, sem conduítes para fiação, partes dos edifícios sem energia elétrica, sem luzes de emergência, sem para-raio e sem mangueiras contra incêndio. Respondendo às denúncias do morador, o presidente da Ecoesfera afirma que uma comissão de moradores, acompanhada do síndico do prédio, assinou oficialmente um documento atestando que todos os itens do edifício estavam completos, antes da entrega dos apartamentos. "Tivemos problemas na fase final da construção, que foi iniciada em 2005 e entregue no começo do ano passado. Esses problemas foram solucionados ao longo que iam aparecendo", conclui. "Em relação à água potável, estamos instalando um segundo filtro, para melhorar a qualidade da água oferecida", explica Luiz Fernando, "mas a empresa ainda não foi avisada sobre o problema do equipamento de reutilização de água estar quebrado". Segundo Luiz Fernando, a empresa está à disposição dos moradores para resolver os problemas que possam aparecer.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.