ANÁLISE: Flamínio Fichmann
A impressão que se tinha é que o Bilhete Único Mensal seria uma revolução para o sistema de transporte. No entanto, nada mais é do que um serviço adicional, que é bem-vindo, mas não muda tanto a realidade.
O benefício vai servir mais para o trabalhador que puder optar pelo bilhete para usar nos domingos. Isso porque uma parcela significativa já usa nos dias úteis e também meio período de sábado, se considerarmos a jornada de trabalho normal. É no domingo que fica o diferencial, já que hoje o trabalhador tem de pagar a passagem do próprio bolso.
A obrigação das empresas é garantir o transporte do trabalhador para o trabalho. Por isso, de início, não deve haver muita adesão. Se incentiva que os empresários concordem em oferecer também nos domingos. Nas classes onde há sindicatos mais organizados, como bancários e metalúrgicos, isso deve ser proposto na pauta de reivindicações.
Ganham mais os empresários de ônibus, que já têm uma frota subutilizada nos domingos. E também o Metrô e a CPTM, que vão aumentar a receita.
É CONSULTOR EM TRANSPORTE