No comando da Câmara Municipal há 15 meses, o vereador José Police Neto (PSD) reconhece o aumento no número de sessões solenes realizadas na Casa nos primeiros 80 dias de trabalho deste ano. Mas afirma que a alta não tem relação com a proximidade da eleição, em outubro deste ano. Assim como outros 52 parlamentares, Police Neto é candidato à reeleição.
Segundo o presidente da Casa, os homenageados são pessoas que contribuíram de alguma forma com a cidade de São Paulo e merecem gratidão. Ele também afirma que o preço pago não é caro.
É comum o número de sessões solenes para promover homenagens aumentar em ano eleitoral?
Sim, porque o vereador só pode conceder essas homenagens durante o seu mandato, que acaba neste ano. Então, ou ele promove a homenagem ou elas deixam de ser realizadas. No último ano da legislatura, muitas podem ficar acumuladas e é por isso que o número aumenta.
Quem paga pelas homenagens oferecidas durante as sessões?
A Câmara oferece o cerimonial, o espaço e toda a organização do evento, além dos convites e das homenagens em si, como os diplomas de Cidadão Paulistano, por exemplo. Mas os vereadores não pagam pelos coquetéis. Esse gasto é assumido pelos próprios homenageados ou por seus amigos.
Se é o vereador que oferece a honraria, por que não é ele que paga por ela?
Porque a homenagem não é do vereador, mas da Casa. Quem ganha são pessoas que prestaram um serviço à cidade. E as homenagens não custam caro.
O senhor considera que há conflito de interesse quando um vereador homenageia pessoas de seu reduto eleitoral?
Isso não tem nexo. Se o parlamentar tem relação com o setor de saúde, por exemplo, ele vai homenagear quem? Alguém da área de transporte? Não faz sentido. Se for de outra área, aí sim é que pode ter interesse eleitoral. Quando a relação já existe, não há.