
23 de março de 2012 | 03h03
No material apreendido pela polícia em Brasília, foi encontrado um mapa de uma casa de festas próxima do câmpus da UnB. Nos seus posts, Mello condena sobretudo a política de cotas raciais da universidade, em favor dos que chama de "afro-dez-sem-dentes".
O delegado do Núcleo de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Fúlvio Cardinelli Garcia, acredita que os dois presos ontem em Curitiba podem realmente ter trocado informações com Oliveira. "Essa 'seita' pregava o extermínio daquelas pessoas que não eram fieis à causa, e o que nos chama a atenção são veiculações nesse site de mensagens referentes ao massacre de Realengo", afirmou. "Eles disseram a Wellington que ele tinha duas saídas: ou permanecia calado e se conformava com a situação ou teria de tomar uma atitude em nome da causa."
Submetralhadora. Mas o que realmente serviu de alerta para a polícia foi a ostentação de submetralhadoras em uma das páginas, no momento em que supostamente estariam planejando um massacre na UnB. "Eles manifestaram esse intento (de um atentado na universidade) e até mesmo postaram no site imagens de submetralhadoras e afirmaram que só não fariam o ato até o carnaval porque queriam o maior número possível de estudantes no local", disse o delegado. No site, um deles não esconde os sentimentos. "A cada dia que se passa fico mais ansioso, conto as balas, sonho com os gritos das vagabundas e esquerdistas chorando, implorando para viver."
O site ainda não foi retirado do ar, pois, de acordo com a polícia, está hospedado atualmente na Malásia, necessitando de uma comunicação ao governo de lá. De acordo com a PF, o nome que consta do site é represália a uma pessoa que teria expulsado Rodrigues de um fórum virtual - em que se debatia o feminismo -, por causa de opiniões abertamente preconceituosas. / V.M. e E.F.
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