
16 de outubro de 2007 | 16h18
Duas pessoas foram presas em Franca, no interior de São Paulo, acusadas de fazer parte de um esquema de fraudes em exames de Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A Polícia Civil da cidade prendeu o dono de uma auto-escola e um "laranja", que fazia exames teóricos no Centro de Formação de Condutores (CFC) para outras pessoas. A dupla foi presa em flagrante acusada de três crimes: uso de documento falso, falsificação de documentos e tentativa de estelionato. O delegado Wanir José da Silveira Júnior, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), deverá incluir ao final do inquérito um quarto crime, formação de quadrilha, o que elevaria a pena de ambos para quatro a 12 anos prisão. Além da prisão da dupla, pelo menos três carteiras de motoristas tiradas no esquema deverão ser cassadas. A polícia também deve investigar se existem outros documentos falsos, inclusive se outras auto-escolas usaram o mesmo esquema na cidade. Na segunda-feira, 15, Anderson Inácio de Paula, de 24 anos, foi detido por investigadores quando se preparava para fazer a prova em nome de Márcio da Silva, de 21, que fez pessoalmente apenas o exame oftalmológico. Márcio ainda não foi localizado, mas há informações de que ele teria dificuldade de memorização de regras de trânsito. De Paula, que usava o documento de Silva, mas com sua foto, revelou que estava a mando de Sidnei Júnior Fernandes, de 30 anos, dono da Auto-Escola Únika, localizada no centro. Fernandes lhe descontaria R$ 100 do valor da CNH de sua mulher (R$ 300). De Paula fez outros dois exames nos últimos 60 dias, passando-se por outra pessoa. A dupla está presa na Cadeia da Guanabara, pois os crimes são inafiançáveis. Porém, eles podem conseguir a liberdade provisória na Justiça. Silva responderá inquérito, em liberdade, por falsificação de documento (pena de quatro a oito anos). A descoberta do esquema ocorreu por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça nos últimos quatro meses. Os donos das CNHs falsas responderão processo, assim como Silva. A auto-escola Únika emitiu mais de 180 CNHs neste ano e a polícia investigará se existem outras irregularidades. Pela Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) também correrá um processo, que poderá culminar com a lacração da auto-escola responsável pelas fraudes.
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