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Doria fará ação antienchente em São Paulo com Estado

Prefeito eleito anuncia parceria com Secretaria de Recursos Hídricos; foco será limpeza de piscinões e córregos e desassoreamento de rios

Foto do author Adriana Ferraz
Por Adriana Ferraz e Isabela Palhares
Atualização:

SÃO PAULO - O prefeito eleito João Doria (PSDB) anuncia nesta quarta-feira, 16, a criação de um grupo de trabalho de combate a enchentes em parceria com o governo Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano se encontrará com o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, para traçar com ele um planejamento comum com o objetivo de amenizar possíveis impactos negativos no início da gestão.

Alagamento na Avenida São João, próximo ao Minhocão, na região central da capital paulista Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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A ideia é já antecipar os termos de uma parceria oficial com o Estado para o enfrentamento da estação mais chuvosa, que se inicia em dezembro, um mês antes da posse do tucano. Na lista de prioridades devem estar a limpeza dos piscinões e principais córregos, além do desassoreamento dos Rios Pinheiros e Tietê.

A principal promessa de Doria para a área é de construir 30 piscinões ao longo dos quatro anos de mandato. Caso o projeto se confirme, os locais deverão ser definidos juntamente com Braga. Nos planos do tucano ainda está o lançamento de uma campanha de conscientização da população em relação ao lixo jogado nas ruas e córregos, uma das causas de enchentes.

Sobre a zeladoria, Doria promete um “choque de gestão” a partir de 2 de janeiro, com a implementação do programa São Paulo Cidade Linda, com foco na limpeza das ruas e galerias pluviais, além de embelezamento da capital. O comando será do vice-prefeito eleito, Bruno Covas (PSDB), que acumulará o cargo de secretário municipal das Prefeituras Regionais, atuais subprefeituras.

Covas será responsável, por exemplo, por dar agilidade à poda de árvores em todas as regiões da cidade. A demora no serviço é uma das principais reclamações da população nas praças de atendimento das subprefeituras. Sem poda, muitas árvores caem em dias de chuva, provocando acidentes e dificultando a mobilidade.

Outra demanda é o enterramento da fiação elétrica, pleito antigo da Prefeitura que esbarra na falta de financiamento. Doria tem afirmado que vai cobrar da AES Eletropaulo, concessionária que distribui energia na cidade, a execução da medida, que ajudaria a reduzir as interrupções no fornecimento em dias de chuva – no mês passado, alguns locais da zona oeste chegaram a ficar três dias sem luz.

Para o professor de hidrologia Antonio Carlos Zuffo, da Unicamp, os piscinões prometidos por Doria são apenas uma das soluções. “É preciso aumentar a permeabilidade do solo, que é uma ação a longo prazo. Uma opção seria incentivar os telhados verdes para reter água e diminuir a temperatura. E as piscininhas para uso particular. São Paulo precisa de pequena ações, mas que somadas têm um efeito importante”, afirma.

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Transição. O tema enchente tem sido prioridade de Doria durante essa fase de transição. Logo na primeira reunião com o prefeito Fernando Haddad (PT), quatro dias após a eleição, ambos combinaram uma ação emergencial da Prefeitura para mitigar um possível caos na cidade decorrente de enchentes entre o fim deste ano e o início do próximo. 

Haddad se comprometeu a intensificar a limpeza de bocas de lobo e bueiros e o alargamento das calhas dos córregos para que os transtornos sejam minimizados. Nesta quarta-feira, o assunto deve ser abordado de novo, na segunda reunião entre os dois.