SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital, João Doria, ambos do PSDB, se reuniram na manhã desta segunda-feira, 8, para discutir a possibilidade de ceder as Marginais do Tietê e do Pinheiros à iniciativa privada, em forma de concessão ou parceria público-privada (PPP).
Alckmin disse que há conversas iniciais sobre fazer uma concessão ou PPP das Marginais, uma ideia que, segundo ele, deve ser amadurecida. Após a reunião, Doria afirmou em coletiva de imprensa na Prefeitura que, embora tenha sido uma conversa preliminar, a ação está sendo desenhada com o governo do Estado.
O pedido de início de estudos dessa natureza partiu da Prefeitura, após o entendimento de que o governo do Estado já tem expertise em concessões rodoviárias e poderia colaborar tecnicamente com a formatação do melhor tipo de parceria com a iniciativa privada.
Não foi divulgado, no entanto, qual seria o objeto exato dessa parceria e quais são os serviços que a Prefeitura quer repassar aos parceiros privados. A gestão Doria vem buscando alternativas para financiar o recapeamento das Marginais. Somadas, as duas vias têm 41 quilômetros de extensão – o que daria 82 quilômetros de recapeamento, em alguns trechos com até 11 faixas de rodagem.
Não há detalhes também sobre as formas de remuneração da parceria, mas a cobrança de pedágio não foi totalmente descartada.
Não há nenhuma decisão sobre pedágio, e isso nem foi mencionado na reunião”, disse o prefeito. Doria ressaltou que não descarta possibilidades antecipadamente, mas destacou que “por enquanto (a cobrança de pedágio) nem é objeto de debate”.
Técnicos. Além do prefeito e do governador, a conversa foi feita pelo corpo técnico das duas gestões. Estiveram ali Giovanni Pengue Filho, diretor-geral da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp); e Eduardo Camargo, diretor-presidente da Concessionária ViaOeste, do Grupo CCR, que administra as Rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares; além dos secretários municipais de Serviços e Obras, Marcos Penido; Mobilidade e Transportes, Sérgio Avelleda; e Justiça, Anderson Pomini.
Raia olímpica da USP terá grade no lugar de mureta
A mureta que separa a raia olímpica da Universidade de São Paulo (USP) e a Marginal do Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, será substituída por uma grade que permite a visão do leito da raia. A área também deverá passar por um tratamento paisagístico.
A mudança, divulgada nesta segunda pelo prefeito João Doria (PSDB), também é resultado de uma das parcerias com a iniciativa privada que vêm sendo acertadas pela Prefeitura. Desta vez, os custos serão pagos por uma operadora de planos de saúde.
De acordo com a Prefeitura, o chamamento público que viabilizará a iniciativa foi feito pela USP no mês passado. A instalação das novas grades foi estimada em pelo menos R$ 1,6 milhão. Já o tratamento paisagístico, com a troca da iluminação, ficará em mais R$ 160 mil.
Não foi informado quando a retirada do muro vai começar. O trabalho deverá ser feito à noite, para não atrapalhar o trânsito. A expectativa é de que toda a obra deverá estar pronta ainda no segundo semestre deste ano, segundo a Prefeitura. / COLABOROU BRUNO RIBEIRO
Correções
O texto acima foi atualizado às 11h41 e novamente às 18h26 desta terça-feira, 9, para correção dos nomes do diretor-presidente da Concessionária ViaOeste, do Grupo CCR e do diretor-geral da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), que estiveram presentes em reunião com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Diferentemente do informado no texto original, os nomes são Eduardo Camargo e Giovanni Pengue Filho, respectivamente.
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