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Doria defende direito de vereador visitar escola

Em evento com Holiday, do MBL, prefeito sugeriu regulação. PT pretende ir a colégios para falar sobre gestão com pais

Por Bruno Ribeiro e Fernando Soares
Atualização:
Doria disse que a 'forma' das visitas deveria ser regulada Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

SÃO PAULO - O prefeito João Doria (PSDB) defendeu nesta segunda-feira, 10, o direito de vereadores como Fernando Holiday (DEM), do Movimento Brasil Livre (MBL), de fazer visitas a escolas municipais. Disse, no entanto, que a “forma” dessas entradas deveria ser regulada. A declaração foi feita no mesmo dia em que a bancada do PT na Câmara Municipal anunciou que fará ações de conscientização de pais contra a gestão Doria na porta das unidades.

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“Eles não podem ser impedidos de fazerem visitas. Apenas a forma (em que elas ocorrem) deveria ser regulada”, disse o prefeito, durante evento ocorrido nesta segunda em Porto Alegre, que contava também com a participação de Holiday.

Na semana passada, o vereador chamou o secretário de Educação da capital, Alexandre Schneider, de “mentiroso e incompetente” ao comentar as críticas feitas pela secretaria, por meio de nota, contra a sua entrada em uma escola municipal. Para Schneider, Holiday tentou “intimidar” professores, o que seria “inadmissível”.

O integrante do MBL publicou um vídeo na entrada de uma escola onde foi supostamente para verificar se professores estavam “doutrinando” os alunos ideologicamente. Ele apresentou um projeto de lei em que defende a criação de um projeto de “Escola sem Partido” na cidade, que proíbe professores de expressarem opiniões políticas durante as aulas. 

Holiday disse que não esperava a demissão do secretário após o episódio, mas se mostrou decepcionado por não receber uma “retratação” de Schneider. “Infelizmente, ele prefere continuar como um mentiroso incompetente”, sustentou novamente nesta segunda. Em relação às postagens contra o secretário na rede social, que buscavam vinculá-lo ao PSOL e o acusavam de mentiroso, o vereador diz que os simpatizantes do MBL “relembraram o histórico daquele que hoje tem o poder da pasta de Educação.” O Estado procurou Schneider, que não respondeu.

Campanha. Paralelamente, a bancada do PT anunciou nesta segunda que vai para a frente das escolas municipais da periferia. A partir de quinta-feira, petistas começarão uma campanha contra as ações adotadas pelo prefeito neste começo de mandato. Serão alvo mudanças no programa Leve Leite, que de um lado reduziu a quantidade de leite distribuído aos alunos de rede municipal e retirou o benefício dos alunos de 7 a 14 anos, e de outro passou a dar 1 quilo de leite para crianças em situação de alta vulnerabilidade social.

A bancada municipal definiu pais e mães como público-alvo. “Não vamos entrar na escola. Vamos ficar na via pública, conversando na porta. Não é nada parecido com o que o Holiday fez”, disse o líder petista, Antonio Donato.

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