
09 de maio de 2017 | 13h28
SÃO PAULO - Das 60 atrações originais, apenas 12 seguem em funcionamento no Hopi Hari, parque do interior de São Paulo lançado com a ambição de ser o “lugar mais feliz do mundo”. Quase 18 anos depois, ele enfrenta sua maior crise, com uma dívida de R$ 700 milhões, o fornecimento de luz cortado e a ameaça de perder os geradores locados por falta de pagamento.
Atualmente, o local opera sem seguro e com salários de funcionários atrasados desde fevereiro. Se, em 2011, chegou a reunir 24 mil pessoas em um dia, no último sábado, 6, teve 160 visitantes. Confira fotos de como está o local e veja abaixo uma linha do tempo com os oito momentos mais decisivos da história do parque:
Pontos altos e baixos:
1995 - O projeto do parque começa a ser delineado pela empresa GP Investimentos, com o objetivo de torná-lo uma referência de entretenimento no Brasil e na América Latina;
1999 - O parque é lançado com a ideia de ser "o lugar mais feliz do mundo"; contudo, já inicia as operações no prejuízo, com o aumento do dólar, que passou de R$ 1 para R$ 2 em quatro anos;
2009 - A GP Investimentos indeniza os demais sócios para sair do negócio, que passa a ser liderado pelo empresário Luciano Correa;
2011 - Após a renegociação das dívidas, o parque começa a ter lucro pela primeira vez, atingindo 5 milhões de frequentadores em um ano;
2012 - Em fevereiro, Gabriella Nichumura, de 14 anos, morre ao cair do brinquedo La Tour Eiffel. Após o incidente, o local é fechado durante quase um mês e diversas mudanças de segurança são necessárias, como a tradução dos manuais de todas as atrações (que estava em alemão);
2014 - Já em decadência, o parque enfrenta um arrastão, que deixa ao menos seis pessoas feridas. No mesmo ano, o assistente administrativo Marcio Machado, 38 anos, ficou paraplégico após andar em uma montanha-russa;
2016 - Parque solicita um processo de recuperação judicial, que está parado desde agosto de 2016, após o advogado responsável se retirar do caso por falta de pagamento. Em dezembro, Luciano Correa vende 80% das ações para o empresário José Luiz Abdalla, que, ao assumir, paga os salários atrasados dos funcionários;
2017 - O novo sócio majoritário não consegue recursos suficientes para as inovações que pretendia implantar, como uma praia artificial e uma pista de esqui. Além disso, briga com Luciano Correa e se compromete a adquirir os 20% restantes da empresa, no valor de R$ 6 milhões, que devem ser pagos em oito prestações a partir do segundo semestre de 2018.
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