Dispersão de usuários da Cracolândia era 'esperada e planejada', diz secretário
Um dia após megaoperação policial na região, dependentes avançaram para outras vias fora do 'quadrilátero do crack'
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Por Juliana Diógenes
Atualização:
SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado iniciaram nesta segunda-feira, 22, a busca por usuários de droga da Cracolândia para convencê-los a iniciar tratamento. Um dia após a megaoperação das Políciais Militar e Civil na região, que prendeu 38 pessoas, os dependentes avançaram para outras vias fora do "quadrilátero do crack". Segundo o secretário estadual da Saúde, David Uip, a dispersão era "esperada e planejada".
"As pessoas foram buscar outros lugares, e era absolutamente esperado e planejado. Nós sabíamos que ia acontecer e estamos preparados", disse o secretário.
Um dia após megaoperação na Cracolândia, usuários de droga seguem no centro de São Paulo
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Cracolândia
Apósa megaoperação das Polícias Civil e Militar neste domingo, 21, o centro de São Paulo amanheceu com usuários de droga em ruas da região e do entorn... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Cracolândia
A reportagem doEstadoconstatou nesta segunda-feira que os usuários avançaram para outras vias fora do 'quadrilátero do crack'. Foto: Werther Santana/Estadão
Cracolândia
O chamado 'quadrilátero do crack' é formado por Alameda Dino Bueno, Rua Helvétia, Alameda Cleveland e Avenida Duque de Caxias. Na foto, o cruzamento d... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Cracolândia
O lixo que se acumulou após a megaoperação também continuava nas ruas da região nesta segunda-feira. Foto: Werther Santana/Estadão
Cracolândia
No domingo, um total de 900 policiais, entre civis e militares,realizaram uma das maiores operações na Cracolândia e na região contra o tráfico de dro... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Cracolândia
OEstadoflagrou usuários de droga na esquina da Avenida Duque de Caxias com a Rua Santa Ifigênia. Foto: Werther Santana/Estadão
Cracolândia
A polícia desmontou as 34 barracas da feira de drogas que funcionava na área e comercializava 19 quilos de crack por dia. Foto: Werther Santana/Estadão
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Na Rua Helvétia, moradores de rua e usuários de droga carregam seus colchões e outros pertences. Foto: Werther Santana/Estadão
Cracolândia
Segundo a polícia,foram presos 38 traficantes durante a megaoperação- entre eles estão bandidos que foram filmados segurando armas no entorno, nas últ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Cracolândia
Vista geral do cruzamento da Rua Helvétia com a Alameda Dino Bueno, esquina que faz parte do 'fluxo', dentro do 'quadrilátero do crack'. Foto: Werther Santana/Estadão
Um dia após operação, Cracolândia tem fluxos 'paralelos'
A reportagem do Estado circulou por toda a manhã e início da tarde nas ruas do centro no entorno da Cracolândia e constatou que pequenos fluxos se mon... Foto: JF Diorio/EstadãoMais
Um dia após operação, Cracolândia tem fluxos 'paralelos'
Um dia após a operação do governo do Estado para prender traficantes na Cracolândia, na região central de São Paulo, o fluxo de usuários de crack e mo... Foto: JF Diorio/EstadãoMais
Cracolândia
Equipes da Prefeitura de São Paulo trabalham para limpar a área da Cracolândia. Foto: Werther Santana/Estadão
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Funcionário da Prefeitura limpa a Rua Helvétia. Foto: Werther Santana/Estadão
Cracolândia
As investigações que resultaram na megaoperação começaram a ser feitas pelo Departamento de Investigação Sobre Narcóticos (Denarc) em novembro, quando... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Um dia após operação, Cracolândia tem fluxos 'paralelos'
Um dia após a operação do governo do Estado para prender traficantes na Cracolândia, na região central de São Paulo, o fluxo de usuários de crack e mo... Foto: JF Diorio/EstadãoMais
Cracolândia
Investigadores entraram em hotéis e estabelecimentos comerciais à procura de traficantes, armas e drogas. Foto: Werther Santana/Estadão
Cracolândia
Vista geral da Alameda Dino Bueno,um dia depois da megaoperação das Polícias Civil e Militar. Foto: Werther Santana/Estadão
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Segundo ele, 200 agentes das áreas da saúde e de assistência social da Prefeitura e do Estado já estão nas ruas para buscar os usuários e oferecer atendimento. Desde a operação, de acordo com o secretário, já foram atendidas 38 pessoas no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) e feitas 13 internações voluntárias no Centro de Convivência do programa Recomeço, na Rua Helvétia.
"Estão indo em busca de convecimento para que eles venham ao atendimento no Cratod e na Helvétia. Essa é uma palavra importante: convencimento. Ninguém vai fazer algo truculento ou brusco", disse Uip.
Já o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, afirmou que 300 usuários passaram a noite em abrigos da Prefeitura. Segundo Pollara, a administração na próxima semana vai instalar, ao lado da unidade do Recomeço, um Centro de Atendimento Psicossocial (Caps). A estrutura pré-fabricada tem capacidade para receber até 80 pessoas por dia.
Ao final da operação, o prefeito João Doria (PSDB) disse acreditar que a área não voltará a ser um ponto frequente de venda e uso de drogas. No entanto, Uip disse não ser possível "predizer" o futuro da região. "Não consigo predizer as coisas. Eu trabalho com fatos e com ciência. Vamos publicar cientificamente uma porção de dados. Eu trabalho com isso: com ciência e com fato", declarou. "Não trabalho com previsão, nem do lado otimista nem do lado pessimista. Temos que fazer o que é devido e amparado pela ciência."