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Diretor de cadeia é preso por facilitar transferência em troca de sexo

José Antônio Rodrigues Filho era responsável pela triagem de detentos que iam para o Centro de Ressocialização de Araçatuba

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - O diretor de um presídio de Araçatuba, no interior de São Paulo, foi preso nesta quinta-feira, 12, acusado de trocar vagas na unidade, considerada modelo, por favores sexuais. O suspeito, José Antônio Rodrigues Filho, facilitava a inclusão de detentos no Centro de Ressocialização (CR), unidade prisional de regime mais brando e cobiçada pelos presos, em troca de sexo com uma advogada de Mirassol e com mulheres das famílias dos detentos. Além da advogada, que também foi presa, participava do esquema um agente penitenciário, acusado de receber propina dos detentos e de tráfico de drogas.

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O Centro de Ressocialização de Araçatuba é considerado modelo no Estado de São Paulo Foto: Google Street View

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A Operação Fura Fila, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), foi conduzida em conjunto com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), pasta do governo estadual responsável pelo sistema prisional. Além dos mandados de prisão, foram cumpridos sete mandados de busca expedidos pela Justiça.

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De acordo com o promotor Marcelo Sorrentino, do Gaeco, o diretor da unidade é responsável pela triagem dos detentos que vão para o CR. "Ele fazia as entrevistas e decidia quem iria para a inclusão, obtendo vantagens amorosas indevidas", descreveu.

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O agente penitenciário aposentado também vinha sendo investigado, desde maio de 2017, por receber propina para facilitar o acesso ao CR. Durante a prisão, ele e seu filho foram flagrados com uma arma de fogo e dez quilos de maconha.

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Segundo o promotor, as famílias pagavam de R$ 4 mil a R$ 10 mil por uma vaga no CR, conforme suas condições financeiras. A advogada suspeita foi presa em seu escritório, na cidade de Mirassol. A ação mobilizou seis promotores de Justiça, agentes da SAP e 25 policiais militares.

Em nota, a SAP informou que os servidores envolvidos responderão a processo administrativo, ficando sujeitos a demissão, sem prejuízo do inquérito policial. "A secretaria ressalta ainda que repudia tal comportamento que não representa o corpo funcional e as diretrizes da Pasta", informa.

O advogado do diretor, Thiago de Barros Rocha, informou que se manifestará após tomar conhecimento de toda a denúncia. A advogada, o agente e o filho presos não tiveram os nomes divulgados.

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