SÃO PAULO - Há 35 anos a ordem é sempre a mesma: vai quem quer. O que mudou, com o passar dos anos, é que mais gente quer ir atrás do "Vai Quem Qué", um dos mais tradicionais blocos de São Paulo. Na década de 80, poucos foliões se reuniam para comemorar o carnaval. Neste domingo, 15, com direito a carro alegórico, mais de mil pessoas, segundo os organizadores, se reuniram no cortejo das ruas de Pinheiros.
Em meio a retomada do Carnaval de rua de São Paulo, o VQQ é um dos maiores destaques, fortalecido pela tradição que criou nestas três décadas. "O nosso crescimento é anterior a esse ‘boom’ de blocos da zona oeste. A gente sempre esteve aqui, e quando teve um salto de qualidade era natural que crescesse”, diz um dos atuais organizadores do grupo, Pedro Gonçalves Janequine.
Neste domingo, 15, o desfile começou às 16h, em frente ao Largo da Batata. O tema do bloco neste ano são as caricaturas da década de 30, que deram vida ao mini carro alegórico do desfile. "Todo o ano a gente tenta trazer uma novidade cultural para o bloco e esse ano montamos o carro com a referência de quatro imagens da caricatura brasileira", conta César Freitas.
Vestido com trajes antigos, Paulo Carlos Santos, de 65 anos, desfila pela vigésima vez no bloco. "Participar desse bloco é uma história, que se torna ainda mais bonita com a participação dos jovens. Enquanto eu puder quero estar no meio do pessoal", disse.
Confusão. Na organização houve problemas de comunicação com agentes da CET e policiais militares, que não acompanhavam o bloco. Quando o desfile entrou na Avenida Brigadeiro Faria Lima, um ônibus metropolitano da EMTU quase atropelou os foliões. "Ninguém avisou que a Faria Lima estaria bloqueada nesse horário. Foi por pouco" conta o motorista, que não quis ser identificado, e só conseguiu sair do congestionamento porque os próprios organizadores do bloco liberaram uma faixa da via.