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Desapropriação na Cracolândia deve ocorrer ainda neste mês, diz secretário

Prefeitura de São Paulo estuda implantar projeto piloto de moradia social em pensão da Alameda Barão de Piracicaba

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Por Priscila Mengue
Atualização:

SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo deve realizar ainda neste mês a desapropriação dos imóveis das quadras 37 e 38 na antiga Cracolândia, localizadas entre a Rua Helvétia e as Alamedas Barão de Piracicaba, Glete e Cleveland, na região central da capital paulista. Em maio, o prefeito João Doria (PSDB) chegou a declarar que pretendia derrubar todos os imóveis da região - chegando a realizar a derrubada parcial de um endereço.

A região conhecida como Cracolândia se localiza no centro de São Paulo Foto: Alex Silva/Estadão

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Segundo o secretário municipal de Habitação, Fernando Chucre, além da manutenção dos imóveis e fachadas tombados na região, está em estudo a implantação de um projeto piloto de "locação social em parque privado" no conjunto de sobrados localizado na esquina do Largo Coração de Jesus - que recentemente passou por um processo de revitalização.

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Dentro do conceito, o formato de locação social é implantado em uma propriedade privada, na qual o espaço é cedido para o Estado durante um determinado período de tempo, que pode ser de cinco a 20 anos.

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"O desejo da Habitação é esse: fazer um piloto e manter o proprietário lá", disse Chucre ao Estado.

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A ideia ainda está em estudo, enquanto o projeto e o destino dos moradores é discutido pelo Conselho Gestor Campos Elísios, criado em julho e formado por representantes do Município, de moradores, de proprietários, de comerciantes e de organizações não governamentais (ONGs).

Tirando o casarão em discussão, o restante do terreno deve ser cedido para o Estado de acordo com Chucre e com o secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia. A ideia é que seja inserido dentro da parceria público-privada que já atua na região, como na área do Complexo Júlio Prestes.

Novos moradores

O primeiro prédio do Complexo Júlio Prestes deve ter a entrega antecipada de abril para fevereiro ou março, segundo Garcia. Depois, um novo edifício deve ser entregue bimestralmente, com cerca de 170 apartamentos cada um. A proposta é que, conforme seja concluído, famílias já comecem a ocupar os espaços. 

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Já a reforma da Praça Júlio Prestes não deve ser entregue em fevereiro, como previsto, em função de pendências para obter autorização de retirada de árvores com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Segundo Garcia, a presença de centenas de usuários de crack no entorno não deve atrapalhar a obra, que será envolta por tapumes durante a realização.

"A diminuição e fim disso se darão com a revitalização que são as obras de moradia. Ninguém acha que vai entregar apartamento e, no outro dia, vai estar tudo certo, tudo pronto, isso é um esforço permanente", comenta.

Ainda neste ano, devem ser entregues as unidades do lote 1, na Alameda Glete, que já está com a obra concluída, segundo Garcia.

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