25 de outubro de 2016 | 19h57
Atualizado 26 de outubro de 2016 | 12h27
SOROCABA - O delegado da Polícia Federal Marcelo Ivo de Carvalho, de 40 anos, que causou a morte de um motociclista em acidente na rodovia Raposo Tavares, no domingo, 23, em Sorocaba, estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida há mais de um ano. De acordo com a Polícia Civil, a licença para dirigir veículo automotor deveria ter sido renovada em julho de 2015. O teste do bafômetro apontou que ele havia consumido bebida alcoólica, registrando 0,49 miligrama de álcool por litro de sangue - dirigir com mais de 0,33 mg é considerado crime de trânsito.
Levado à delegacia da Polícia Civil, Carvalho pagou fiança de R$ 2 mil e foi liberado para responder em liberdade por homicídio culposo - sem intenção de matar. De acordo com o delegado seccional assistente, Alexandre Cassola, o fato de estar dirigindo sem habilitação e sob o efeito do álcool pode mudar a classificação do caso, de homicídio culposo para homicídio com dolo eventual. O delegado da PF cedeu material para exame de sangue e o resultado deve sair nesta quarta-feira, 26.
O acidente causou a morte do vigilante Francisco Lopes da Silva Neto, de 36 anos. Ele voltava do trabalho, em Sorocaba, para a casa da família, no Jardim Serrano, em Votorantim. O vigia deixou esposa e duas filhas de 11 e 5 anos. Familiares protestaram contra a liberação do delegado após pagar um valor de fiança que eles consideraram baixo. A reportagem questionou a Secretaria da Segurança Pública do Estado, no início da tarde, sobre a liberação do policial e o valor da fiança, mas até as 19h40 não tinha recebido o retorno.
Carvalho é chefe da Delegacia do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, e não retornou as ligações. A Superintendência da PF em São Paulo informou que o veículo usado pelo delegado pertence ao acervo da corporação e abrirá sindicância especial para apurar as circunstâncias do acidente. Os crimes de trânsito são de atribuição de investigação da Polícia Civil e da Justiça estadual. "A PF sempre acompanha eventos envolvendo seus servidores e os apura. As consequências aos servidores dependerão das conclusões dos exames e dos procedimentos acima mencionados", informou.
Sobre a liberação do delegado da Polícia Federal Marcelo Ivo de Carvalho, após pagar fiança de R$ 2 mil, a Secretaria da Segurança Pública do Estado informou que o policial federal foi autuado em flagrante por homicídio culposo, com agravante de embriaguez, de acordo com a convicção jurídica do delegado que registrou a ocorrência. Como a pena do crime não excede quatro anos de detenção, segundo o Código Penal, foi arbitrada fiança de R$ 2.000,00. “Vale esclarecer que a CNH vencida não altera a tipificação do crime, sendo uma infração administrativa e não criminal”, informou em nota.
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