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Delegado acusado de agredir advogado cadeirante é afastado do cargo

Vítima alega ter levado coronhadas e ter sido ofendido após reclamar por delegado ter estacionado seu carro em uma vaga para deficientes em São José dos Campos

Por Marília Lopes
Atualização:

SÃO PAULO - O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, determinou o afastamento imediato do cargo do delegado Damásio Marino, que é acusado de agredir um cadeirante em São José dos Campos.

 

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Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), por determinação do secretário, a Corregedoria da Polícia Civil instaurou um procedimento administrativo para apurar a responsabilidade funcional do delegado na agressão ao advogado Anatole Magalhães Macedo Morandini.

 

O advogado contou que por volta das 17h da segunda-feira tentava parar seu carro em uma vaga próxima a um cartório no centro da cidade. Porém, a vaga destinada a deficientes físicos estava ocupada. O advogado parou o carro mais longe e foi até o cartório. Na saída, viu que o proprietário do carro estacionado na vaga especial não era portador de deficiência física.

 

"Chamei a atenção dele, como já fiz diversas vezes, disse que ele não era deficiente e não pode parar lá", contou Morandini. Segundo o advogado, o delegado Damásio Marino, titular do 6º distrito policial de São José dos Campos, passou a insultá-lo e mandá-lo calar a boca. "Ele me chamou de aleijado filho da p...", afirmou o advogado. Depois, o delegado entrou no carro. O advogado, então, cuspiu no vidro do veículo. O delegado desceu do carro, e com uma arma na mão, dado coronhadas na cabeça, olho e boca do advogado. "Minha camisa ficou ensanguentada após a agressão", disse Morandini.

 

Marino foi identificado pois uma das pessoas que testemunhou a briga anotou a placa do carro dele. E Morandini conhece a advogado que acompanhava o delegado no carro. Ainda na segunda-feira, o advogado registrou um boletim de ocorrência, por lesão corporal, e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

 

Morandini procurou a sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo e espera apoio da instituição. "Preciso do apoio da OAB para que o caso não fique impune", afirmou. O advogado de defesa de Marino, Luiz Antonio Lourenço da Silva, não foi encontrado pela reportagem. 

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