Defesa de pai de Isabella vai tentar habeas-corpus

Polícia vai apelar para imagens do dia do crime, com o objetivo de descobrir qual a roupa que o pai usava

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Por Redação
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Os advogados do pai e da madrasta da garota Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, devem entrar nesta segunda-feira, 7, na Justiça com pedido de habeas-corpus. O objetivo é libertar Alexandre Nardoni, de 29 anos, e sua mulher, Anna Carolina Peixoto Trotta Jatobá, de 24. Eles tiveram a prisão temporária decretada na semana passada. A polícia investiga a participação do casal no morte da criança.  A polícia procura imagens de vídeo do dia da morte de Isabella, para verificar qual a roupa que o pai, Alexandre Carlos Nardoni, de 29 anos, usava no dia do crime. Os peritos e investigadores querem saber quando ele usou a camiseta e a camisa encontradas com manchas de sangue no apartamento de uma irmã de Alexandre, ao lado do imóvel em que o crime ocorreu. Esta semana, os peritos vão verificar de quem é o sangue encontrado nas roupas. Para tanto, será feito o exame de DNA no material apreendido. Com o seqüenciador automático de DNA, os peritos do Instituto de Criminalística (IC) esperam concluir os exame em dois dias. "Essa é uma prova importante para o caso", afirmou o promotor Francisco José Taddei Cembranelli, do 2º Tribunal do Júri de São Paulo. As roupas com sangue foram encontradas na quinta-feira à noite, quando os peritos criminais voltaram ao Edifício London, na Rua Santa Leocádia, Vila Mazzei, na zona norte de São Paulo, para exames complementares. Para encontrar imagens de Alexandre no dia do crime, os policiais vão procurar em prédios e restaurantes que possam ter filmado o pai da menina no dia 29. Para o promotor, sem essas respostas e os resultados dos outros laudos do IC e do Instituto Médico-Legal (IM) sobre o caso não faz sentido interrogar novamente Alexandre e sua mulher Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, de 23 anos. Ela e o marido estão presos desde a quinta-feira, depois que tiveram a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça. Cembranelli quer ainda que o pai explique as contradições de seus depoimentos. Um exemplo dessas contradições é o fato de Alexandre ter dito que deixou Isabella dormindo no apartamento e encontrou a porta do imóvel arrombada quando retornou com seus filhos e sua mulher, que aguardavam na garagem. Essa foi a primeira versão apresentada pelo pai. Mas, ao depor formalmente no caso, o pai contou que encontrou a porta trancada da mesma forma que ele havia deixado. Dois dias depois, seus advogados disseram que o pai havia perdido as chaves do imóvel dias antes do crime. "Sugeriram ainda que alguém tivesse uma cópia da chave, diante da ausência de qualquer vestígio de violação", afirmou o promotor. Cembranelli disse que, apesar de considerar fantasiosa a versão apresentada pelo pai, não há falta de vontade em apurar a versão e os fatos apresentados pelos defensores dos dois suspeitos detidos. "É importante não fecharmos as portas para o que o casal disse ou a defesa assegura." Nesta segunda-feira, o promotor deve reunir-se com os delegados responsáveis pela investigação do caso. "Não há nenhum depoimento de testemunha agendado. O caso está em um momento delicado, difícil. É preciso calma e serenidade", afirmou o promotor Cembranelli. Além dos exames de DNA, a promotoria aguarda as conclusões dos exames do local do crime e da causa da morte de Isabella. Uma equipe de peritos e de médicos-legistas está discutindo o caso. Sabe-se, por exemplo, que Isabella sofreu asfixia e seu corpo apresenta sinais de espancamento - hematomas, lesão cervical e pequena hemorragia cerebral. (Com informações de Marcelo Godoy, de O Estado de S. Paulo)

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