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Defensoria suspeita de mortes por overdose forçada em prisão

Três presos teriam sido obrigados por outros a usar drogas; se comprovadas, famílias receberão indenização

Por Brás Henrique e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O defensor público criminal estadual de São Carlos, Lucas Pinheiro, suspeita que as mortes de três presos da Penitenciária 2 de Itirapina ocorreram por overdose forçada por outros detentos, devido a desentendimentos entre eles. Por isso, ele comunicou as denúncias recebidas à Promotoria e à Justiça de Rio Claro, além de dois núcleos da própria Defensoria Pública: a de Direitos Humanos e Cidadania e a de Situação Carcerária.

 

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Um preso morreu em setembro de 2008, de overdose já comprovada em laudo pericial. Os dois últimos casos, deste ano, estão sendo investigados pela Delegacia de Itirapina, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Uma morte ocorreu em 15 de fevereiro e a outra na terça-feira (02). Pinheiro diz que, se comprovadas as mortes por overdoses forçadas no presídio, o Estado deverá ser responsabilizado e indenizações às famílias das vítimas serão pedidas.

 

Cláudio Soares Lima, que tinha 33 anos, morreu em 2008. A SSP informou que o inquérito da morte de Lima foi encerrado e relatado à Justiça, onde corre sob segredo. Jeferson Adriano da Silva Espíndola, que tinha 30 anos, morreu em 15 de fevereiro deste ano, na Santa Casa de Rio Claro, com suspeitas de overdose por cocaína.

 

O caso mais recente é de José Desidério Raimundo, de 35 anos, que cumpria pena por furto e porte de arma e morreu na terça-feira (02), também no hospital de Rio Claro. Ele teria sido obrigado a ingerir uma mistura de cocaína e Viagra. O Instituto de Criminalística de São Paulo está examinando os dois últimos casos e os laudos devem sair em um mês.

 

Pinheiro, que é coordenador regional de execução penal da Defensoria Pública em São Carlos, também quer saber como as drogas entraram no presídio. E como os detentos mortos teriam sido forçados a engolir as drogas, além das agressões físicas sofridas durante esse ato, caso sejam comprovados pela perícia.

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