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Defensoria diz que ação da polícia em São Paulo foi desproporcional

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão também repudiou a violência contra repórteres que cobriam as manifestações

Por Diego Zanchetta , Paulo Saldaña e Caio do Valle
Atualização:

SÃO PAULO - A abertura da Copa foi acompanhada por 14 defensores públicos, que se revezavam entre os locais de manifestação na zona leste de São Paulo e a Fan Fest, no centro. O defensor público Carlos Weis, que acompanhava a manifestação que começou na Estação Carrão do Metrô desde o início, considerou a ação da polícia “desproporcional”. 

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“A Defensoria Pública de São Paulo já notificou e entrou com ação civil pública em abril para impedir que a Polícia Militar agisse com força desproporcional. Os manifestantes colocaram fogo na rua e não afetaram propriedades. E a PM vem com métodos só de jogar bomba, o que causa pânico e correria. Bastava apagar o fogo. A impressão de todas as manifestações é de que a PM age ao sinal de primeiro distúrbio com violência”, disse, às 12h, após a tropa arremessar bombas na Rua Serra do Japi.

O defensor público Pedro Estabile, que tirava fotos de manifestantes feridos dentro de uma pastelaria ao lado do Metrô Carrão, também classificou como “inaceitável” a atuação da Polícia Militar. “Vi tudo desde o começo. Não tem argumentos. A PM lançou bombas para cima de um grupo de jovens que se manifestavam de forma pacífica.” 

Abert. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) repudiou a violência contra repórteres que cobriam as manifestações. Segundo a associação, ficaram feridos no confronto as jornalistas da emissora americana CNN Barbara Arvanitidis e Shasta Darlington; o assistente de câmera do SBT Douglas Barbieri (os três por estilhaços de bomba); o jornalista argentino Rodrigo Abd, da agência de notícias Associated Press, e um repórter de uma equipe de TV francesa (por balas de borracha). “É inaceitável que a polícia empregue meios violentos”, diz a Abert, em nota oficial.

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