
10 de maio de 2013 | 21h10
O anúncio do fim da greve de professores da rede estadual de São Paulo, após assembleia nesta sexta-feira, dia 10, na Avenida Paulista, terminou em confusão e pancadaria. Descontente com a decisão, um grupo protestou contra a cúpula do principal sindicato da categoria e acabou entrando em confronto com a Polícia Militar, que terminou com quatro PMs ficaram feridos e dois manifestantes foram detidos, um por agressão e outro por desacato à autoridade.
O tumulto interrompeu o trânsito na avenida por volta das 17 horas por cerca de uma hora. Segundo dezenas de manifestantes, a PM utilizou spray de pimenta e bombas de efeito moral, o que a polícia nega. Parte dos opositores seguiu então para a sede da Apeoesp, na Praça da República. Para evitar novo tumulto, a PM formou um cordão de isolamento, impedindo o acesso ao prédio. Do lado de fora, cerca de 500 manifestantes gritavam palavras de ordem contra a presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha.
Segundo os opositores, a votação pelo fim da greve iniciada há três semanas não respeitou a vontade da maioria. Já o sindicato afirma que cerca de 60% dos presentes votaram de forma favorável, após o governo ter atendido parte dos pedidos da categoria. Entre os pontos estão o fim da prova anual aplicada aos professores da categoria ‘F’, para decidir a atribuição de classes e aulas, e fim da prova feita pela categoria ‘O’, que diz se o docente pode continuar na rede.
Leia na íntegra a nota do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) sobre o episódio:
PSTU, PCO e pessoas que não pertencem à categoria tumultuam assembleia dos professores
Em greve desde o dia 19 de abril, os professores da rede estadual de ensino buscaram incessantemente canais de negociação com o Secretário Estadual da Educação em torno da pauta de reivindicações.
Finalmente, após muitas tentativas, ocorreu na manhã de hoje, 10 de maio, uma reunião de negociação entre o Secretário da Educação e a APEOESP, na qual houve compromisso de atendimento de alguns pontos da pauta. Entre esses pontos estão: fim da prova anual aplicada aos professores da chamada “categoria F”; fim da prova exigida dos professores da chamada “categoria O” que já pertencem à rede estadual; direito de atendimento médico pelo IAMSPE aos professores da “categoria O”; concurso público no segundo semestre para professores PEB II; não privatização do Hospital do Servidor Público e do IAMSPE; convocação da comissão paritária prevista no artigo 5º da lei complementar nº 1143/11 para discussão da possibilidade de novo reajuste e discussão da implantação paulatina da jornada do piso (no mínimo 1/3 da jornada para preparação de aulas e formação, entre outras atividades extraclasse); convênio em torno de projeto a ser elaborado pela APEOESP para prevenção e combate à violência nas escolas; discussão do pagamento dos dias parados e retirada das faltas da greve mediante reposição de aulas.
Ainda que esses resultados não representem o atendimento de todas as nossas reivindicações, o Conselho Estadual de Representantes realizado após a reunião com o Secretário considerou que houve avanços e decidiu encaminhar à assembleia que ocorreu no Vão Livre do MASP, na Avenida Paulista, proposta de suspensão da greve, manutenção de estado de alerta e mobilização para cobrar a efetivação dos compromissos firmados pelo Secretário da Educação.
Dos quinze oradores que se manifestaram na assembleia, que contou com a presença de não mais de três mil professores, apenas quatro defenderam a continuidade da greve. Na votação, os professores aprovaram por maioria a proposta do CER. Proclamado o resultado, grupos minoritários (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU e Partido da Causa Operária – PCO), que arregimentaram estudantes e pessoas que pertencem a outras categorias para comparecer à assembleia dos professores, passaram a realizar um grande tumulto, arremessando objetos e agredindo pessoas.
Entre os que provocaram o tumulto estavam pessoas visivelmente embriagadas e alteradas, comportamento que não condiz com o que se espera de professores. Muitos eram professores da rede municipal de ensino, que estão em greve e queriam forçar a continuidade da greve dos professores estaduais como forma de angariar apoio a seu próprio movimento.
São estes os fatos, que serão discutidos pelo Sindicato no sentido de que sejam tomadas providências para estes lamentáveis acontecimentos não mais voltem a ocorrer.
São Paulo, 10 de maio de 2013.
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
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