De volta à Cadeia Feminina do Jardim Guanabara, em Franca, no interior, a psicóloga Natália Mingone Ponte, de 29 anos, tem passado o tempo todo fumando e lendo. Ela levou para a cela uma grande quantidade de livros e pacotes de cigarro. A mãe do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, morto em Ribeirão Preto, em novembro, completou 24 horas presa na tarde de ontem. Ela voltou para a cadeia por ordem da Justiça, após ficar 31 dias encarcerada e ser solta.
Funcionários contaram que Natália quase não fala e fica debruçada nos livros. Ela foi denunciada pelo Ministério Público por participação na morte do filho e responderá por homicídio.
Natália tinha sido libertada no dia 11 de dezembro. O pedido para que fosse presa de novo partiu do promotor Marcus Túlio Nicolino. Ele recebeu nesta semana o inquérito da Polícia Civil, que indiciava apenas o padrasto do menino.
Guilherme foi apontado pela polícia como culpado pela morte da criança e responderá por homicídio doloso triplamente qualificado. O promotor acrescentou o pedido contra Natália porque, segundo ele, foi omissa no caso. Ela foi localizada e encaminhada para a mesma cela em que havia ficado anteriormente, na Cadeia Feminina do jardim Guanabara, em Franca.
Cronologia do caso:
Dia 5/11
Joaquim Pontes Marques, de 3 anos, desaparece após ter sido colocado para dormir em seu quarto, por volta da meia-noite, em Ribeirão Preto, interior de SP.
Dia 6/11
O delegado Paulo Henrique Martins de Castro pede a prisão do casal.
Dia 7/11
A Justiça nega o pedido.
Dia 10/11
O corpo de Joaquim é encontrado no Rio Pardo. À noite, a Justiça decreta a prisão, por 30 dias, da mãe do padrasto. Exames do IML apontaram que não havia água nos pulmões da criança, o que afastou a hipótese de afogamento.
Dia 11/12
A psicóloga Natália Ponte, mãe do menino, deixa a Cadeia Feminina de Franca, no interior de São Paulo após habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Dia 4/1
O Tribunal de Justiça de São Paulo decreta a prisão de Natália Ponte.