
22 de junho de 2011 | 00h00
A expressão "hotel de luxo" não vai mais ser tão vaga e ao gosto dos empresários. O Ministério do Turismo publicou ontem novas regras para a classificação dos hotéis e estabeleceu critérios para obter as almejadas estrelas - que haviam caído em descrédito por falta de fiscalização e sido abandonadas.
A Portaria 100 do Ministério do Turismo estabeleceu sete categorias para definir estabelecimentos: hotel, resort, hotel fazenda, cama e café, hotel histórico, pousada e flat. Cada um dos estabelecimentos vai definir sua própria classificação, que depois será encaminhada à pasta. Auditores do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) da cada Estado vão analisar se os requisitos foram realmente atendidos.
"Os métodos anteriores estavam obsoletos e decidimos atualizá-los porque teremos uma série de eventos internacionais pela frente e o mercado está aquecido. Agora vamos adotar os padrões usados no mundo todo", disse o diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico do Ministério, Ricardo Moesch. Ele acredita que metade dos 7 mil estabelecimentos cadastrados na pasta seja reclassificado até a Copa de 2014.
Com a nova classificação, para ter cinco estrelas, por exemplo, um hotel vai precisar atender 190 requisitos, como ter quartos com área útil superior a 17 m², banheiras, internet, televisão a cabo, climatizador, restaurante com cozinha internacional e um mínimo de seis serviços acessórios - como salão de beleza e loja de conveniência. Será necessário atender ainda hóspedes em português e outros dois idiomas (veja mais informações ao lado).
Um resort, por sua vez, poderá ter apenas entre quatro e cinco estrelas. Para a classificação máxima, precisará oferecer pelo menos três tipos de piscina, três bares, escritório com internet, massagens, relaxamento e programa recreativos para crianças, entre outros serviços.
Para o presidente da Confederação Nacional do Turismo e do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo, Nelson de Abreu Pinto, a nova classificação ajudará a rede hoteleira a atrair mais turistas estrangeiros. E não afetará diretamente o preço das diárias - de acordo com a São Paulo Turismo, o custo médio de uma noite em um hotel da capital alcançou R$ 224,06 entre janeiro e abril, um aumento de 57,37% em relação ao mesmo período do ano passado. "O mercado é que vai sempre regular tarifas e as diárias não podem ficar exorbitantes nem ser mais caras que no exterior", diz. "Não adianta aumentar o preço por causa da Copa de 2014 para explorar o turista, porque depois ninguém mais vai querer voltar para o País. Precisamos ter sempre um preço compatível."
AS CATEGORIAS
Hotel: Os 5 estrelas precisam ter internet e TV a cabo nos quartos e serviços em três idiomas.
Resort: hotel com lazer e entretenimento (de 4 a 5 estrelas).
Hotel-fazenda: hotel em ambiente rural (de 1 a 5 estrelas).
Cama e café: hospedagem em residências, com café da manhã (entre 1 e 4 estrelas).
Hotel histórico: hotel em edificação preservada ou restaurada (de 3 a 5 estrelas).
Pousada: local com poucos andares (de 1 a 5 estrelas).
Flat/ apart-hotel: Com quarto, sala, banheiro e cozinha equipada (de 3 a 5 estrelas).
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